O colapso da economia sob a presidência de Nicolás Maduro gerou uma grave crise, que levou mais de 4,5 milhões de venezuelanos a abandonar aquele país
O presidente da Cruz Vermelha denunciou nesta segunda-feira a falta de fundos internacionais para ajudar os civis na Venezuela, e alertou para a “politização” da ajuda humanitária.
“Ajudar as pessoas na Venezuela (…) não é um ato político, é a única forma de aliviar seu sofrimento”, afirmou Francesco Rocca, presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha.
Segundo ele, até agora somente conseguiu arrecadar 10% dos 50 milhões de francos suíços (cerca de 200 milhões de reais) que a organização pediu em setembro para ajudar a Venezuela.
“Não é um problema de recursos, se trata de vontade política”, disse Rocca e advertiu que a falta de recursos significa falta de tratamentos médicos, medicamentos e alimentos vitais para o país.
Segundo o responsável, outras agências de Nações Unidas e instituições humanitárias enfrentam o mesmo problema, motivo pela qual muitas pessoas estão “morrendo de fome”.
“Alguém quer usar a população civil, seu desespero, como ferramenta para desestabilizar o país”, advertiu.
O colapso da economia sob a presidência de Nicolás Maduro gerou uma grave crise, que levou mais de 4,5 milhões de venezuelanos a abandonar aquele país.
Segundo o funcionário da Cruz Vermelha, outros pedidos de ajuda não enfrentam os mesmos problemas.
“O paradoxo é que para nós é mais fácil arrecadar fundos para a Síria e até para o Iêmen”, disse.
Ele também criticou a “lenda” segundo a qual a crise humanitária foi agravada pelo suposto bloqueio da ajuda por parte do governo venezuelano e afirmou que a Cruz Vermelha pode “entregar tudo, de maneira muito livre”.
(AFP)