Francisco falou da missão específica dos tabeliães a serviço da sociedade, com justiça, objetividade e busca do bem comumEm audiência no Vaticano por ocasião do centenário da fundação do Fundo de Previdência dos Tabeliães da Itália, no último dia 6 de dezembro, o Papa Francisco incentivou os tabeliães a viverem a solidariedade e a não seguirem a “estrada do lucro”.
“Num contexto social cada vez mais marcado pelo desejo de competir na ‘estrada’ do lucro, que obriga a seguir sempre a pista rápida, vocês são chamados a exercer o seu papel com espírito de serviço autêntico”.
Francisco recordou que o Fundo de Previdência dos tabeliães italianos “tem dupla finalidade: proporcionar uma soma adicional a todos os tabeliães em exercício, cujos honorários não ultrapassem um determinado limite, e dar um subsídio aos tabeliães aposentados e às suas famílias em condições de especial necessidade”. Os dois aspectos, prosseguiu o Papa, “se inspiram no princípio da solidariedade, que nutre o senso de comunhão no âmbito da categoria (…). Encorajo vocês a manterem essas linhas de apoio recíproco, que fazem parte da sua identidade e da sua história. São elementos característicos que tornam a sua atividade mais crível e suscitam apreço”.
Sobre a missão dos tabeliães, Francisco disse:
“Trata-se de serem mediadores entre a lei e as exigências sócio-econômicas, com o rigor próprio do tabelião, garantindo a aplicação correta das regras, mas também através da atenção prestada às expectativas das pessoas e à necessidade de segurança e proteção. O tabelião, para ser coerente com a sua profissão, deve se esforçar para cultivar uma sensibilidade sincera em relação à dignidade e aos direitos das pessoas que se dirigem a ele; não deixará de defender como princípios indispensáveis tudo o que é justo e o que é verdadeiro, sem esquecer a caridade, virtude principal e necessária nas relações interpessoais.
A delicada profissão do tabelião ocupa um lugar importante na estrutura de toda sociedade. Daí deriva a necessidade de prestar atenção a alguns aspectos fundamentais: a competência técnica e a integridade moral são uma garantia para exercer esse importante serviço à comunidade com retidão.
Trata-se de valores necessários na prática da atividade profissional de cada pessoa, mas indispensáveis para vocês, que são os intermediários entre o indivíduo ou o grupo social que recorre à sua função e a ordem jurídica estabelecida, da qual são chamados a ser fiéis intérpretes e executores. Tudo isso deve levá-los a um conhecimento cada vez mais profundo do sistema jurídico, mantendo o olhar o tempo todo no bem superior do ser humano e da sociedade, ou seja, no bem comum”.
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