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Como a espera do Natal pode nos ensinar a ser melhores pais e mães

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FamVeld | Shutterstock

Michael Rennier - publicado em 17/12/19

Este tempo tem muito a nos ensinar sobre o valor da paciência

Minha esposa e eu temos seis filhos, e cada gravidez pareceu ter durado mais do que a anterior. Talvez seja que, à medida que envelhecemos, tenhamos menos resistência física. Ou talvez, a cada novo bebê, ficamos ainda mais empolgados e impacientes para conhecer o próximo.

A gravidez é para pessoas pacientes. Parece uma espera infinitamente longa por aquele novo pequenino(a) e sua grande entrada no mundo.

A gravidez é a primeira de muitas e muitas vezes que nossos filhos nos fazem esperar. Agora, passamos nossos dias esperando que as crianças tomem banho, calcem os sapatos, terminem suas práticas esportivas. Esperamos passar as birras e as discussões.

No passado, eu tendia a responder a provocações muito rapidamente. Se alguém dizia algo que eu não gostasse, era rápido com um comentário sarcástico ou defensivo. Havia muito pouca reflexão sobre como eu realmente deveria reagir, apenas um sentimento rápido seguido por uma resposta da qual me arrependeria imediatamente. Sou muito impaciente.

E essa falta de paciência é transferida para a paternidade/maternidade, onde a falha é rapidamente exposta. Os bebês, por exemplo, são literalmente programados para estressar seus pais. É uma técnica de sobrevivência. Quando me tornei pai, não entendia que meu novo bebê não estava chorando apenas para tornar minha vida miserável – ela estava apenas tentando nos dizer que estava com fome ou sentindo algum desconforto. À medida que os bebês se tornam crianças, eles começam a explorar seus limites. Eles começam a contar mentiras inúteis e elaboradas sobre coisas aleatórias. Desobedecem de propósito e testam a determinação e a consistência das regras estabelecidas.

Lembro que minha filha de três anos correu uma vez para a rua umas cem vezes seguidas. Cada vez eu dizia a ela “Não” e a colocava de volta no quintal. Depois ela finalmente conseguiu e parou de correr para a rua, mas demorou muito tempo. As crianças podem se tornar fisicamente agressivas enquanto trabalham para resolver as emoções. Na adolescência, eles passam por uma exploração natural de seus limites, muitas vezes ultrapassando fronteiras e encontrando o caminho para a maturidade apenas cometendo erros.

Tudo isso é um jogo de espera. Os pais devem, com calma, mas consistentemente, ajudar seus filhos a crescer, e isso requer muita paciência. No final, a recompensa é um ser humano que vale a pena, mas para nós pais, que ainda estamos no meio do caminho, a luz no fim do túnel pode parecer terrivelmente distante.

A estação de espera do Natal, o Advento, relaciona-se à espera da chegada de um bebê. Assim, o Advento também é um jogo de espera. Todo impulso que temos insiste em que estamos perdendo tempo, se não avançarmos para o Natal e começarmos a comemorar o mais cedo possível.

Por causa disso, o Advento se perdeu na confusão dos preparativos para as férias, o que é uma pena, porque este tempo tem muito a nos ensinar sobre o valor da paciência. Ele traz um foco renovado à disciplina espiritual, incentivando-nos a examinar nossas vidas para que a celebração do Natal, uma vez que finalmente chegue, seja realmente significativa.

Quando me tornei católico, nove anos atrás, e comecei a levar o Advento a sério, isso não apenas me ajudou a me preparar para o Natal, mas também a desenvolver uma vontade de ser paciente comigo mesmo e com todas as minhas falhas. Isso me ensinou o valor da espera.

Espiritualmente, sou como uma criança que ainda comete erros constantes. Deus espera por mim. Sabendo disso, nunca vou desistir. Como um bom pai, Ele acredita em nós, mas nunca nos apressa, nunca fica impaciente à medida que avançamos em direção à maturidade espiritual.

Não posso deixar de notar que a disciplina do Advento, se eu a aplicar à paternidade, é realmente valiosa. Não preciso responder rápida e imprudentemente às provocações de meus filhos. Mal posso esperar para responder até conseguir fazê-lo de maneira mais apropriada e construtiva. Não preciso sentir frustração ou raiva porque meus filhos cometem erros ou parecem estar testando meus limites. Eles estão apenas sendo crianças, e eu posso esperar. Não preciso me preocupar que eles não pareçam estar amadurecendo no ritmo que acho que deveriam. Posso confiar que, com o amor e a orientação de sua mãe e minha, eles ficarão bem. Não preciso me apressar para alcançar uma meta imaginária no futuro. Eu posso esperar aqui com meus filhos, amando cada minuto de compartilhar a jornada ao lado deles.

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