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Aos berros, manifestantes fanáticos interrompem presépio vivo de crianças

Reportagem local - publicado em 18/12/19

Para variar, os agressores se dizem defensores das liberdades individuaisSegundo informações do jornal francês La Depeche, cerca de cinquenta manifestantes interromperam aos berros um presépio vivo de crianças na cidade francesa de Toulouse no último sábado, 14, forçando a organização do evento natalino a encerrar a apresentação duas horas antes do previsto.

Os fanáticos, que tinham se distribuído por vários edifícios da Praça Saint-Georges, gritavam palavras de ordem como “Contra a polícia e os fascistas” e “Somos os anticapitalistas”. Ignorando irresponsavelmente a presença de crianças no presépio vivo, eles desceram à praça e aumentaram o clima de tensão e provocação.

Jean-Luc Moudenc, prefeito de Toulouse, repudiou o fato via Twitter:

“Lamento e condeno firmemente o comportamento irresponsável dos manifestantes de ontem, que provocaram a interrupção do presépio vivo, em detrimento dos cidadãos de Toulouse. Como todos os anos, eu autorizei o evento organizado pela associação Vivre Noël Autrement”.

A associação em questão é laica, conforme foi recordado pelo arcebispo de Toulouse, dom Robert Le Gall, que igualmente criticou a postura doentia dos manifestantes:

“Sinto grande pesar, tristeza e incompreensão. Não entendo. [O presépio vivo] nem sequer foi organizado por cristãos, mas por uma associação leiga. As dificuldades da nossa sociedade em viver juntos gera violência verbal e física. Isto não está certo. Como arcebispo de Toulouse, lamento que a simples lembrança do nascimento de Jesus e dos valores que isso traz (o acolhimento do estrangeiro, o anúncio da paz e o sinal de ternura de que todos precisamos) não seja mais respeitada em nosso país e suscite atos de violência verbal e física por parte dos defensores da liberdade. Convido cada um a defender pacificamente a liberdade de expressão e a respeitar a história e as tradições do nosso país”.

Presépios como alvo

Presépios montados em áreas de acesso público têm sofrido repetidos ataques ao longo dos últimos anos em nome de interpretações extremistas e fanáticas da “liberdade individual”, que servem apenas para negar o próprio respeito à liberdade dos outros.

Além de prefeituras que proibiram a exposição pública de presépios alegando incoerentemente a laicidade do Estado e “esquecendo” que este princípio deveria justamente proteger a liberdade religiosa de todos, também tem havido ataques literais a presépios – aliás, nem sequer o da Praça de São Pedro escapou ileso ao fanatismo travestido de manifestação cidadã: em 2017, uma “ativista” do grupo Femen tentou roubar a estátua do Menino Jesus colocada no presépio do Vaticano, reeditando a mesma cena patética já protagonizada em 2014 por outra ativista do mesmo bando. Confira o fato acessando o seguinte artigo:


Femen Vaticano
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