“Silenciar diante de ofensas como esta é o mesmo que se tornar cúmplice”O blog católico Ancoradouro, veiculado pelo jornal cearense O Povo, noticiou nesta segunda-feira, 16, que o pe. Clairton Alexandrino, pároco da Catedral Metropolitana de Fortaleza, declarou aos fiéis que participaram das Santas Missas deste domingo, 15, que processará o grupo Porta dos Fundos pelo delito de vilipêndio à fé, tipificado no capítulo V da Constituição Federal e no artigo 208 do Código Penal brasileiro. O grupo é responsável pela produção “A primeira tentação de Cristo”, exibida pela Netflix como “especial de Natal”.
O pe. Clairton, que é advogado e doutor em Direito Canônico, afirmou sobre a sátira realizada pelos autodeclarados humoristas:
“É uma ofensa gravíssima à fé de milhões de cristãos. O filme fez um verdadeiro deboche a Jesus, Nossa Senhora e ao esposo castíssimo de Maria, São José, a quem é dedicada esta Catedral”.
O sacerdote explicou, na sua conversa com o blog Ancoradouro, que a liberdade de expressão não é um direito absoluto:
“Em nome desse direito eu não posso vilipendiar a fé, debochar da fé ou pisar por cima da dignidade das pessoas, como tem acontecido ultimamente. Muitos destroem a fama, a honra das pessoas como se direito fosse. Estes ataques à fé cristã abrem caminho para uma futura perseguição, cujos vestígios já começamos a vislumbrar. No mundo todo desponta uma certa hostilidade à fé cristã. Vemos igrejas incendiadas, sacerdotes sendo atacados, presos e assassinados. O terreno começa a se tornar um pouco propício para estas grandes ofensas à fé cristã”.
O pároco ressalva que o cristianismo será sempre marcado pela cruz, mas isso não quer dizer que devamos aceitar calados o ataque contra Cristo e a fé:
“A Cruz está no centro da vida do cristão porque esteve primeiro no centro da vida de Cristo. No entanto, precisamos olhar de frente e não nos acovardar. Precisamos defender a fé cristã, sem ódio e armas de violência, mas com aquele espírito e vigor evangélico que demonstra o zelo, o zelo pela casa do Senhor, o mesmo zelo que moveu Jesus, que não aceitou a profanação do templo de Jerusalém e expulsou os vendilhões com a vara de chicote”.
Firme, ele acrescenta:
“Silenciar diante de ofensas como esta é o mesmo que se tornar cúmplice. Precisamos manifestar a nossa indignação ético-cristã contra esse filme debochado, depravado e desrespeitoso, que constitui uma verdadeira blasfêmia contra o cristianismo. Que Deus nos ajude nesta empreitada”.
Após as Missas deste domingo, o pe. Clairton conduziu na Catedral de Fortaleza um desagravo a Jesus e a Maria mediante a profissão do Credo e a oração do Pai-Nosso e da Ave-Maria.
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A partir de matéria do blog Ancoradouro
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