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Casal: o que fazer quando o medo da morte do ente amado se torna tóxico?

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Samuel Peters- (CC BY-NC-ND 2.0)

Edifa - publicado em 23/12/19

"Até que a morte nos separe." Os cônjuges fazem esta promessa um ao outro no dia do casamento, mas pensam nisso depois? Devemos estar preparados para este evento inevitável? E se sim, como podemos fazê-lo, sem obscurecer a felicidade da vida conjugal?

Um casal deve enfrentar este fato óbvio: um dia, a morte separa os cônjuges. E não há amor totalmente feliz, precisamente por causa da simples evidência de que a espada de Damocles da morte paira sobre cada casal.

O medo da morte pode perturbar a felicidade conjugal?

Os casais mais unidos e felizes são também, muitas vezes, os que mais temem que a sua felicidade se desmorone. Mas alguns casais não estão muito preocupados com esta perspectiva inelutável: qual é o sentido de se preocupar com um futuro que não conhecemos? Não será cedo o suficiente para se preocupar quando chegar a altura? Em todo caso, teremos graças de estado… então vamos viver no presente, a morte ainda não está batendo à nossa porta! Uma atitude que alguns considerarão inconsciente, enquanto outros verão nela a sabedoria de um filósofo que aceita os limites da condição humana: a morte é parte da vida.

No entanto, um dia ou outro, cada casal se deparará inevitavelmente com esta angústia existencial. A morte súbita de um amigo que deixa a mulher e os filhos ou a doença súbita de um dos cônjuges são muitas vezes lembranças cruéis da realidade. Qual é então a verdadeira sabedoria: fechar os olhos, ou viver com medo do dia seguinte? Talvez a atitude mais inteligente e realista seja se preparar para o período de viuvez que se espera que um dos cônjuges experimente. Mas como é que isto pode ser conseguido?

Não faça do seu cônjuge um ídolo

Acima de tudo, é importante que todos se perguntem: não faço do meu cônjuge um ídolo? Ou seja, o único ser em quem coloquei todas as minhas razões para viver. Muitos ídolos têm pés frágeis. Por mais admirável que seja o cônjuge, ele não é Deus. É inevitavelmente falível, limitado, vulnerável, envelhecido, mortal. Embora seja legítimo confiar na força de seu marido ou esposa, também é importante saber que essa força é limitada. Mas é o sinal da força do verdadeiro Deus, ao qual nos dirigimos humildemente ao longo da nossa vida de casal.

Se Deus é verdadeiramente na nossa vida, como canta o salmista: “Nossa rocha, nossa cidadela, nosso escudo, nosso refúgio” (Sl 18 e 62), “O pastor que nos acompanha através de uma ravina de trevas” (Sl 23), então o futuro perde a sua tragédia.

O futuro não é só morte, é também ressurreição!

Deus não prometeu aos cristãos casados que eles não experimentariam sofrimento, perda de um filho ou viuvez precoce, mas Ele prometeu Sua presença em tempos difíceis.

Portanto, não tenhamos medo do futuro. A graça nos precede no caminho que é nosso. É esta graça que nos revelará como Deus colocou em nós riquezas insuspeitas que só a prova às vezes pode desenvolver.

Padre Denis Sonet

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