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Cardeal Müller: um “veneno mortal” paralisa a Igreja

Cardeal Gerhard Müller
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Reportagem local - publicado em 02/01/20
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“Mas Jesus não pode ser superado pela mudança de épocas, porque a eternidade de Deus abrange todas as eras da história e a biografia de toda pessoa humana”Neste dia 1º de janeiro, Solenidade de Maria, Mãe de Deus, o cardeal alemão Gerhard Müller, prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé, presidiu a Santa Missa durante um encontro da Fraternidade de Estudantes Católicos Universitários (Focus) em Phoenix, nos Estados Unidos. Na homilia, o cardeal afirmou que um “veneno mortal” paralisa a Igreja:

“Não podemos escapar do veneno mortal da serpente se nos tornarmos amigos dela; apenas se nos mantivermos prudentemente distantes e estivermos com o antídoto ao alcance da mão. O veneno que paralisa a Igreja é a opinião segundo a qual devemos nos adaptar ao Zeitgeist, o espírito da época, para relativizar os mandamentos de Deus e reinterpretar a doutrina da fé. O antídoto contra a secularização da Igreja é a verdade do Evangelho e viver a fé no Filho de Deus que me amou e se entregou por mim”.

Müller denunciou que existem esforços para implantar uma espécie de “religião civil” ou laica, manipulando elementos da fé católica.

“Eles não consideram que a fé revelada seja a verdade. Gostariam de usá-la como matéria para construir a sua nova religião de unidade mundial. Para ser admitida nessa metarreligião internacional, o preço que a Igreja teria que pagar é renunciar à sua defesa da Verdade. E não parece ser um problema, já que o relativismo dominante em nosso mundo rejeita a ideia de que realmente podemos conhecer a verdade; ele se apresenta como garantidor da paz entre as religiões e as posturas (…) A frase mágica do tentador é a ‘modernização necessária’. Consequentemente, quem se opuser a essa ideologia será combatido como inimigo e será acusado de ser tradicionalista”.

O cardeal recordou, no entanto:

“Jesus não pode ser superado pela mudança de épocas, porque a eternidade de Deus abrange todas as eras da história e a biografia de toda pessoa humana”.

Müller citou exemplos da ideologia relativista:

“A proteção da vida humana desde a concepção até a morte natural é desacreditada e catalogada como uma posição política conservadora ou de direita, enquanto o assassinato do nascituro inocente é considerado um direito humano e, portanto, uma coisa progressista”.

Vende-se também a ideia de que “a Igreja Católica ficou 200 anos atrasada em relação ao mundo de hoje”, quando, na verdade, “a crise na Igreja foi provocada pelo homem e surgiu porque nos adaptamos confortavelmente ao espírito da vida sem Deus”.

E destacou:

“Quem acredita não precisa de ideologia. Quem espera não procura drogas. Quem ama não vai atrás da luxúria do mundo, que passa, junto com ele. Quem ama a Deus e ao próximo encontra a felicidade na entrega de si mesmo”.



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