A maior dificuldade dos pais não é manter os pequenos quietos durante a Missa; é o julgamento dos outros Era um dia santo de obrigação e meu marido estava no trabalho. Portanto, não havia ninguém para me ajudar na Missa com nossos três filhos pequenos.
Eu não precisava apenas estar na Missa. Eu queria participar dela. Eu queria que meus filhos soubessem que vamos à Missa porque amamos Jesus, porque queremos estar com Ele e que a mãe deles os leva para ver Jesus desde que eram pequenos.
Isso foi durante o infame inverno de Chicago. Eu queria tanto ir à Missa naquele dia que passei mais de duas horas me preparando para isso: dar de mamar ao bebê, vestir todos eles, trocar fraldas, arrumar a bolsa de fraldas com água, garrafas e livros para colorir. Ainda tinha que separar as botas, chapéus e roupas de neve, ligar o carro para esquentar, tirar o gelo do pára-brisa, acomodar cada criança no carro e afivelar os cintos de segurança.
Por fim, estávamos prontos e nos dirigimos a uma igreja perto de nossa casa. Mas, apesar das horas de preparação, estávamos alguns minutos atrasados e, a princípio, não consegui encontrar um lugar para sentar. Finalmente, conseguimos um no meio de um banco. Orei para que a Missa transcorresse sem incidentes.
Então veio o momento mais temido. Durante a homilia, meu filho de quatro anos anunciou bem alto: “Eu preciso fazer xixi!” O banheiro da igreja fica perto do altar, então saímos do banco e percorremos todo o caminho até a frente da igreja. Parecia que todas as pessoas estavam olhando para nós. Os dois pequenos foram agarrados às minhas mãos, tentando correr à frente, e o recém-nascido permanecia dormindo no meu peito.
Estávamos quase na frente quando minha filha de dois anos tropeçou e caiu. Inteiramente indiferente a qualquer pessoa ao nosso lado, ela fez o que qualquer criança faria: deitou-se no chão e gritou em volume máximo. Enquanto isso, meu filho de quatro anos estava concentrado em seu objetivo e tentava fugir em direção aos banheiros. Eu lutei para pegar a criança de dois anos, que acordou o bebê, que se juntou aos prantos. Eu não tinha mãos suficientes para os três, e, desesperada e presa, comecei a sentir lágrimas brotando nos meus olhos.
Nesse momento, uma mulher mais velha apareceu ao meu lado e sussurrou misericordiosamente: “Como posso ajudar?” Ela gentilmente levantou a criança do chão e, ela e eu, levamos os pequenos ao banheiro e, depois, de volta ao banco. O resto da Missa foi mais tranquilo.
Fiquei muito agradecida por essa amável senhora, especialmente porque a experiência me mostrou que nem sempre compaixão e simpatia são o que as famílias jovens encontram quando vão à Missa.
É incrivelmente difícil levar os pequenos para a igreja: as horas de preparação, os malabarismos com suas diversas necessidades, as tentativas de mantê-los quietos por uma hora inteira e controlá-los quando eles querem correr, pular, gritar. Mas a parte mais difícil de levar as crianças à Missa não é nada disso; é o julgamento dos outros.
Se você fica irritado com o comportamento de uma criança pequena na Missa, posso garantir que isso está incomodando infinitamente os pais.
Portanto, neste domingo, desafie-se com a seguinte pergunta: Como posso incentivar os pais de crianças pequenas a continuarem indo à Missa, mesmo sabendo que isso é difícil para eles? O que posso fazer para que eles se sintam bem-vindos aqui?
Aqui estão outras coisas que você pode fazer para ajudar os pais com crianças pequenas na igreja”
– Se um dos pais está sozinho na Missa e parece estar realmente com dificuldades, pense em perguntar: “Como posso ajudar?”;
– Depois da Missa, diga algo como: “Eu sei que é tão difícil levar os pequenos para a igreja… Obrigado por trazê-los… Você está fazendo um trabalho maravilhoso. Adoro ver seus filhos aqui em nossa igreja;
– Não importa quão boas sejam suas intenções, nunca faça críticas ou dê um feedback negativo a uma família sobre seus filhos. Muitas crianças têm deficiências invisíveis (autismo, TDAH, distúrbio do processamento sensorial, ansiedade etc.) e, embora o comportamento delas possa parecer inadequado para você, pode haver boas razões para o que elas e suas famílias estão fazendo. Você nunca sabe com o que as famílias estão lidando, portanto, siga o velho ditado: “Se você não tem algo de bom para dizer, não diga nada”;
– Se um bebê jogar um brinquedo embaixo do banco, devolva-o com um sorriso;
– Incentive seu padre a mencionar, durante a homilia, que os pequenos são bem-vindos, que é uma paróquia familiar;
– Se você não tem filhos pequenos, não sente na ponta dos bancos; deixe-a acessível para famílias que possam precisar se deslocar com facilidade;
– Por mais tentadoramente fofos que sejam os pequenos, não os toque sem perguntar, muitos pequeninos podem ficar tímidos ou chateados;
– Converse com seu padre sobre como providenciar um trocador no banheiro e uma prateleira de livros infantis para as famílias emprestarem durante a Missa.
Enfim, o que aconteceria se todo mundo que não tem filhos pequenos se unisse para ajudar famílias jovens? Eu tenho certeza de uma coisa: muito mais famílias jovens se sentiriam apoiadas e gostariam de voltar à igreja.
Ouvi dizer que “se a Igreja não está chorando, está morrendo”. Pode não parecer agora, mas essa criança gritando na sua orelha é o futuro de nossa Igreja, aquela que irá servir e ensinar futuros católicos. Se hoje não há crianças na igreja, em alguns anos não haverá padres nem adultos nos bancos. Vamos trabalhar juntos para construir uma Igreja que seja mais acolhedora para crianças e famílias jovens, que, por sua vez, edificarão nossa Igreja pelas próximas gerações.
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