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Papa: “Deus chora por nós quando nos afastamos d’Ele”

Rei Davi, pai de Absalão

Rei Davi

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Reportagem local - publicado em 05/02/20
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Francisco enfatizou que “Deus jamais renega a sua paternidade”Na homilia da missa desta terça, na capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco destacou:

“É tão grande o amor de pai que Deus sente por nós que Ele morreu no nosso lugar. Ele se fez homem e morreu por nós”.

Francisco partiu da primeira leitura da liturgia do dia, extraída do segundo livro de Samuel: é o relato do pranto do rei Davi pela morte do filho, num episódio que evoca o amor de Deus por nós apesar das nossas traições. O texto descreve o fim de uma longa batalha conduzida por Absalão contra o próprio pai, Davi, para tomar o trono. O Papa resumiu a narração afirmando que Davi sofria por aquela guerra que o filho tinha travado contra ele, convencendo o povo a lutar ao seu lado e obrigando o pai a fugir para Jerusalém. O Papa descreveu a cena: “Descalço, com a cabeça coberta, insultado, enquanto os outros lhe jogavam pedras, porque todo o povo estava do lado daquele filho que o havia enganado, seduzindo o coração das pessoas com promessas”.

Enquanto Davi espera notícias, chega o mensageiro e conta que Absalão morreu em batalha. Davi estremece, chora e clama:

“Meu filho Absalão! Meu filho, meu filho Absalão! Por que não morri eu em teu lugar? Absalão, meu filho, meu filho!”

O Papa observa que aqueles que presenciavam a cena ficaram espantados com essa reação: “Mas por que está chorando? Ele estava contra você, o havia renegado, renegado a sua paternidade, insultado, perseguido! Festeje, festeje porque você venceu!”. Mas Davi só diz: “Meu filho, meu filho, meu filho”, e chora. Esse pranto de Davi é um fato histórico, mas é também uma profecia. Ele nos mostra o coração de Deus, o que o Senhor faz conosco quando nos afastamos d’Ele, o que o Senhor faz quando nós destruímos a nós mesmos com o pecado, desorientados, perdidos. O Senhor é pai e jamais renega esta paternidade: “Meu filho, meu filho”.

Francisco acrescentou que encontramos o pranto de Deus quando vamos nos confessar, porque a confissão não é como “ir à lavanderia” tirar uma mancha, e sim “ir até o pai que chora por mim, porque Ele é pai”.

A frase de Davi, “Por que não morri eu em teu lugar, meu filho Absalão?”, é profética, disse ainda Francisco, e “se torna realidade” em Deus, cujo amor de pai é tamanho que, de fato, Ele se fez homem e morreu por nós. Quando olhamos para o crucifixo, devemos pensar nisto: “Por que não morri eu em teu lugar?”. E ouvimos a voz do pai, que, no filho, nos diz: “Meu filho, meu filho!”. Deus não renega os filhos. Deus não negocia a sua paternidade. O amor de Deus chega ao limite extremo: quem está na cruz é Deus, o Filho do Pai, enviado para dar a vida por nós.

“Nos fará bem, nos momentos ruins da nossa vida, e todos nós os temos, momentos de pecado, momentos de afastamento de Deus, sentir essa voz no coração: ‘Meu filho, minha filha, o que você está fazendo? Não se mate, por favor. Eu morri por você'”.

Ao terminar, o Papa recordou que Jesus chorou olhando para Jerusalém, “porque nós não deixamos que Ele nos ame”.

“No momento da tentação, no momento do pecado, no momento em que nos afastamos de Deus, procuremos ouvir essa voz: ‘Meu filho, minha filha, por quê?'”.



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