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Papa: não tenham medo das humilhações, pois não há humildade sem humilhação

POPE AUDIENCE

Antoine Mekary | ALETEIA | i.Media

Reportagem local - Vatican News - publicado em 07/02/20

"Quando procuramos nos mostrar, na Igreja, na comunidade, para ter um cargo ou outra coisa, esse é o caminho do mundo, é um caminho mundano, não é o caminho de Jesus"

O Papa Francisco pediu que os fiéis não tenham medo das humilhações, pois o caminho das humilhações também pode nos ajudar a imitar Jesus.

O Papa fez essa reflexão hoje, durante sua homilia na Missa na capela Santa Marta.

Refletindo sobre o Evangelho de Marcos, o Papa recordou que João Batista foi enviado por Deus para “indicar o caminho”, “o caminho” de Jesus. O “último dos profetas” teve a graça poder dizer: “Este é o Messias”.

O trabalho de João Batista não foi tanto o de pregar que Jesus viria e preparar o povo, mas o de dar testemunho de Jesus Cristo e dá-lo com a própria vida. E dar testemunho do caminho escolhido por Deus para nossa salvação: o caminho da humilhação. Paulo expressa isso de forma tão clara em sua Carta aos Filipenses: “Jesus aniquilou a si mesmo até a morte, morte de Cruz”. E essa morte de Cruz, esse caminho de aniquilação, de humilhação, é também o nosso caminho, o caminho que Deus mostra aos cristãos para seguir em frente.

Quer João como Jesus depararam com a “tentação da soberba, do orgulho”: Jesus “no deserto com o diabo, depois de jejuar”; João diante dos doutores da lei que perguntavam se era ele o Messias: ele poderia ter respondido que era “seu ministro”, mas “se humilhou”.

Ambos – explicou o Papa – “tiveram a autoridade diante do povo”, sua pregação tinha autoridade. E ambos conheceram “momentos de rebaixamento”, uma espécie de “depressão humana e espiritual”: Jesus no Jardim das Oliveiras e João na prisão, tentado pelo “verme da dúvida” se Jesus era realmente o Messias.

Os dois “acabaram da maneira mais humilhante”: Jesus com a morte na Cruz, “a morte dos criminosos mais baixos, terrível fisicamente e também moralmente”, “nu diante do povo” e de “sua mãe”. João Batista “decapitado na prisão por um guarda” por ordem de um rei “debilitado pelos vícios”, “corrompido pelo capricho de uma bailarina e pelo ódio de uma adúltera”, com referência a Herodíades e sua filha.

O profeta, o grande profeta, o maior homem nascido de uma mulher – como Jesus o qualifica – e o Filho de Deus escolheram o caminho da humilhação. É o caminho que nos mostram e que nós, cristãos, devemos seguir. De fato, nas Bem-aventuranças, é enfatizado que o caminho é o da humildade.

Não se pode ser “humildes sem humilhações”, destaca o Papa. Seu convite então aos cristãos é para tirar lições da “mensagem” da Palavra de Deus de hoje.

Quando procuramos nos mostrar, na Igreja, na comunidade, para ter um cargo ou outra coisa, esse é o caminho do mundo, é um caminho mundano, não é o caminho de Jesus. E também aos pastores pode acontecer essa tentação de galgadores: “Isso é uma injustiça, isso é uma humilhação, não posso tolerar isso”. Mas se um pastor não segue por esse caminho, não é discípulo de Jesus: é um galgador com uma batina. Não há humildade sem humilhação.

(Com Vatican News)

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