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Dúvidas sobre os riscos do coronavírus para as crianças

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Shutterstock | Volodymyr Maksymchuk

Beatriz Camargo - publicado em 12/02/20

Preocupações dos pais aumentaram após alerta da OMS de que a doença é “ameaça muito grave” para o mundo

Logo que os jornais divulgaram as primeiras suspeitas de coronavírus no Brasil, uma série de questões começaram a me incomodar. Perguntas como qual seria a velocidade com que essa doença se propagaria caso houvesse confirmação de sua presença no Brasil e quanto tempo o vírus leva para se manifestar após a transmissão não saíam da minha cabeça.

Parti, então, em busca de respostas e pude encontrar algumas reportagens esclarecedoras que me deixaram um pouco mais tranquila. Entre as pesquisas que realizei, encontrei algumas perguntas e respostas satisfatórias, que transcrevo abaixo:

1Existe risco maior de contágio para as crianças?

Poucas crianças  foram diagnosticadas com a doença no surto na China, e isso condiz com outros surtos de coronavírus na história recente, incluindo SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e MERS (Síndrome respiratória do Oriente Médio). Um relatório do Journal of the American Medical Association (JAMA) disse que a idade média dos pacientes para o surto atual é entre 49 e 56 anos, acrescentando que os casos em crianças “foram raros”.

2O que é esse vírus?

O coronavírus faz parte de uma ampla família de vírus, mas apenas sete (incluindo o novo) são conhecidos por infectar pessoas. Ele tem sido motivo de preocupação porque um dos coronavírus mais conhecidos é o que causa a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), doença que matou 774 das 8.098 pessoas infectadas em um surto ocorrido na China em 2002.

3Qual a diferença entre coronavírus e gripe?

O coronavírus e a gripe compartilham muitos sintomas semelhantes, o que dificulta o diagnóstico sem um exame mais específico. Os principais sintomas do coronavírus a serem observados são febre e tosse e alguns pacientes relatam também sentir falta de ar. Já a gripe também costuma ter outros sintomas, como dores musculares e dor de garganta.

4Devo usar máscara cirúrgica no meu filho?

Há poucas evidências de que o uso de máscaras descartáveis façam a diferença. Especialistas dizem que manter a boa higiene, como lavar as mãos regularmente e mantê-las longe da boca, são atitudes muito mais eficazes.

5Qual o período de incubação do coronavírus?

A Organização Mundial de Saúde diz que o período de incubação, que é o tempo antes do aparecimento dos sintomas, varia de dois a 10 dias. Mas essas estimativas podem ser reduzidas à medida que mais informações sobre a doença forem descobertas.

6É uma doença mortal?

Embora a proporção de mortes para casos conhecidos pareça baixa, os números não são confiáveis. Nessa situação, não é aconselhável se basear na mera divisão do número de mortes pelo número de casos para calcular a taxa de mortalidade e obter um valor de cerca de 2% nesta fase do surto. Milhares de pacientes ainda estão sendo tratados e não sabemos se algum desses casos morrerá – portanto, a taxa de mortalidade pode ser maior. E não está claro quantos casos leves não relatados existem por aí, então a taxa de mortalidade também pode ser menor.

7Como posso reduzir o risco de minha família ser infectada?

A Organização Mundial da Saúde tem os seguintes conselhos, que também se aplicam a muitas outras doenças respiratórias:

  • Lave as mãos – pois sabão ou álcool em gel de mão podem matar o vírus;
  • Cubra a boca e o nariz ao tossir ou espirrar – idealmente com um lenço de papel, e lave as mãos depois para minimizar a propagação;
  • Evite tocar nos olhos nariz e boca – se suas mãos tocarem uma superfície contaminada pelo vírus você poderá transferir o vírus para o seu corpo;
  • Não fique muito perto das pessoas que tossem, espirram ou têm febre, pois elas lançam pequenas gotículas que contêm o vírus no ar – o ideal é manter um metro de distância.

8O coronavírus deixa sequelas?

Não. Um especialista da Comissão Nacional de Saúde da China disse que pode levar uma semana para se recuperar de sintomas leves de coronavírus. Muitos dos que contraem a doença apresentam apenas sintomas leves, e espera-se que a maioria das pessoas se recupere completamente. No entanto, a doença pode representar um risco particular para pessoas idosas e pessoas com problemas pré-existentes, como diabetes ou câncer, ou sistemas imunológicos fracos.

9Quão rápido ele está se espalhando?

Existem milhares de novos casos sendo relatados todos os dias. No entanto, analistas de surtos acreditam que essas são apenas a ponta do iceberg. Seus modelos matemáticos sugerem que a verdadeira escala do surto pode ser 10 vezes maior que os números oficiais. Vários grupos estimaram que o número de casos está dobrando a cada cinco a sete dias. Ele se espalha amplamente quando as pessoas infectadas tossem gotículas contendo o vírus no ar que infectam as pessoas próximas. Inicialmente, as autoridades chinesas disseram que o vírus não estava se espalhando entre as pessoas. Mas agora sabemos que cada pessoa infectada está transmitindo o vírus para duas ou três outras pessoas.

10Por que se trata de uma emergência global?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o vírus é uma emergência de saúde pública de interesse internacional – como aconteceu com a gripe suína e o Ebola. Ele afirmou que o fez para fornecer apoio extra a países de baixa e média renda com sistemas de saúde mais fracos que podem não ser capazes de detectar ou isolar casos de coronavírus.

11O vírus está mudando?

O vírus parece ser bastante estável, até agora. No entanto, é possível que os vírus sofram mutações e isso é algo que os cientistas estarão observando de perto.

12O surto pode ser interrompido?

A Organização Mundial da Saúde diz que o surto pode ser contido, mas essa não é uma visão universalmente compartilhada. Alguns especialistas argumentam que o vírus pode se tornar uma pandemia – uma epidemia global.

13Existem vacinas ou tratamentos?

Não. No entanto, o trabalho para desenvolvê-los já está em andamento e espera-se que haja testes em humanos antes do final do ano. E os hospitais estão testando medicamentos antivirais para ver se eles têm algum impacto. Uma combinação de dois medicamentos que funcionaram durante a epidemia de SARS está sendo testada na China durante esse surto. Mas, no momento, o tratamento depende do básico – manter o corpo do paciente funcionando, incluindo suporte respiratório, até que o sistema imunológico possa combater o vírus.

Com informações do site www.bbc.com

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