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Nova pesquisa revela benefícios do sono para o cérebro

SLEEP, WOMAN, REST

Dean Drobot | Shutterstock

Beatriz Camargo - publicado em 23/02/20

Ao mostrar que ondas cerebrais atuam de forma regenerativa enquanto dormimos, estudo abre caminhos para o tratamento e prevenção de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer

De forma geral, estudos sobre o sono sempre confirmam a importância do descanso para a manter a boa saúde, principalmente de nosso cérebro e de funções como cognição e memória. Mas, um novo estudo publicado no final de 2019 na revista Science, trouxe importantes revelações relacionadas a doenças neurodegenerativas.

Conduzido por uma equipe de pesquisadores liderados pela neurocientista Laura Lewis, da Universidade de Boston, o trabalho busca mostrar como as toxinas são eliminadas do cérebro a partir da atividade cerebral desenvolvida durante o sono.

Até então já se sabia que, enquanto estamos acordados, todos os estímulos que recebemos mantêm os neurônios de nosso cérebro em atividade e, como todos os outros órgãos do corpo que convertem combustível em energia, essa energia produz proteínas residuais que se acumulam ao longo do dia e que precisam ser eliminadas quando dormimos. Entre esses resíduos está a  Beta-amilóide, proteína relacionada ao desenvolvimento da Doença de Alzheimer.

De acordo com o artigo, os pesquisadores mediram os níveis de oxigênio e a quantidade de líquido cefalorraquidiano que entrava e saía do cérebro dos voluntários que participaram do estudo.

Os resultados apontaram que, durante a fase de sono conhecida como REM – em que os olhos se movimentam rapidamente e os sonhos são mais vívidos, como se a pessoa estivesse acordada -, o líquido cefalorraquidiano se espalhava formando ondas grandes e lentas, como se estivessem “lavando” o cérebro.

A avaliação mostrou que, durante o sono não REM, os neurônios funcionam de forma sincronizada, ligando e desligando ao mesmo tempo. E, nos momentos em que os neurônios pausam momentaneamente seu funcionamento, o consumo de oxigênio se reduz e menos sangue flui para o cérebro. Isso levou a equipe de Lewis a observar que, enquanto esse processo ocorre, o líquido cefalorraquidiano agia rapidamente, se espalhando pelo cérebro.

Além de ajudar no estudo de diversos distúrbios neurológicos e psicológicos – principalmente aqueles associados aos padrões de sono, essa constatação dá subsídios para o surgimento de novas pesquisas voltadas à atividade do líquido cefalorraquidiano no cérebro. No longo prazo, tais trabalhos ajudarão a identificar o processo de deterioração que ocorre com o envelhecimento e, também, de outras doenças degenerativas que se manifestam no cérebro.

Para o público fora do universo médico-científico, esse estudo confirma a importância de dar a atenção ao sono e se afastar de tudo aquilo que compromete sua qualidade – como as telas dos dispositivos eletrônicos, consumo de bebidas à base de cafeína e, até mesmo o sedentarismo.

Sendo assim, tente se desligar dos problemas, tome uma xícara de leite morno ou de seu chá favorito (desde que não seja mate ou verde) e antes de se deitar faça uma prece para Santa Bibiana, a protetora dos males da cabeça. Feito isso, tenha certeza de que seu sono cuidará de todo o resto!


WOMAN SLEEP

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