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Quaresma é o tempo propício à conversão e reconciliação com Deus

CONFESSION

asiandelight|Shutterstock

Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 26/02/20

E o caminho para isso é a Confissão

Tenho insistido muito na oração como caminho de união de vida com Deus. Na Quaresma a oração é aliada ao jejum, que é proposto como forma de sacrifício e de educar-se, privando-se de algo e revertendo em serviço à caridade. Não precisa ser necessariamente de alimento. Pode ser escolhido outro tipo de sacrifício, por exemplo, abster-se do cigarro, da internet, etc. E, como aliada, há também a esmola como prática da caridade fraterna. E não se trata apenas de dinheiro, mas de praticar as obras de misericórdia espirituais e corporais, doando-se e relacionando-se com o próximo, nos preparando para celebrar dignamente os mistérios da morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Portanto, a Quaresma é por excelência o tempo propício à conversão e reconciliação com Deus. Importante sempre, o Sacramento da Reconciliação tem um apelo muito forte neste tempo, convidando-nos a fazer a experiência da misericórdia divina através do perdão.

Com muita frequência recebo partilhas de pessoas afastadas deste Sacramento, geralmente por vários motivos, como: não verem sentido em confessar com um sacerdote, então se confessam diretamente com Deus; acharem que não têm pecado; por não saberem confessar; e até mesmo por não compreenderem a misericórdia de Deus, e não se sentem merecedores do perdão e, envergonhados, acabam se afastando Dele.

Vejamos: Jesus tinha o poder de perdoar os pecados e transmitiu este aos Apóstolos, seus legítimos sucessores, quando apareceu no meio deles e disse:

“Assim como o pai me enviou, também eu vos envio a vós”. Tendo dito estas palavras, soprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Àquele a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,21-23).

Nos relatos dos Atos dos Apóstolos, encontramos a afirmação:

“Os que haviam acreditado ‘vinham’ confessar e declarar suas obras” (At 19, 18).

O verbo “vir” deixa claro que havia a necessidade de um deslocamento do penitente até os Apóstolos para realizar a confissão. Se a confissão a um homem também pecador, mas investido do poder de perdoar não fosse recomendada, bastaria pedir perdão diretamente a Deus, sem a necessidade de “ir” até os Apóstolos.

O pecado é um ato de orgulho e desobediência contra Deus. O Catecismo da Igreja Católica define o pecado como uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como “uma palavra, um ato ou um desejo contrário a lei eterna” (CIC § 1849).

Devemos também ter o propósito de não recair no pecado e de evitar circunstâncias que o favoreçam. Confessar-se buscando não omitir nada e cumprir a penitência imposta pelo confessor. O importante é saber que este sacramento da Reconciliação, também chamado Confissão ou Penitência, é a volta aos braços do Pai.

Deus se entristece quando nós viramos as costas para Ele. Deus tem saudades de nós quando nos afastamos Dele, e toda tarde fica olhando para ver se estamos voltando.

Sempre penso sobre isso, penso em Deus esperando toda a humanidade voltar para Ele. Por isso, se algum dia você se perdeu, volta para casa filho. Deus está com saudade de você e sempre que se perder pode voltar, Ele sempre vai te amar e te esperar.


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Tags:
ConfissãoConversãoQuaresma
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