A menina síria que morreu de frio no colo do pai. A dura realidade do câncer de um menino de 4 anos. O clamor do menino humilhado que queria se matar aos 9 anos.Se as crianças são um reflexo do mundo em que vivemos, precisamos nos esforçar muito mais para dar a elas um ambiente decente no qual possam atingir o propósito para o qual foram criadas por Deus: ser felizes.
*
Iman Laila, 1 ano e meio: a menina síria que morreu de frio nos braços do pai
No Ângelus de 16 de fevereiro, o Papa Francisco recordou ao mundo a trágica história da pequena Iman Laila, uma menina refugiada de 1 ano e meio de idade, que sobrevivia num alojamento improvisado perto da vila de Màrata, na província síria de Aleppo, com sua família. Iman Laila morreu nos braços do pai enquanto ele tentava levá-la até o hospital mais próximo, em Afrin, a duas horas de caminhada. Ela morreu de frio.
O caso absurdo, ocorrido em 13 de fevereiro, foi relatado pelo Dr. Housam Adnan e divulgado pela Syrian Network of Human Rights (Rede Síria de Direitos Humanos).
Segundo o médico, o pai havia “vestido a filha com tudo o que ela possuía para mantê-la aquecida. Ele caminhou durante duas horas na neve e no vento. Seus membros estavam congelados, mas seu coração continuava a abraçá-la. Ele caminhou durante duas horas antes de chegar ao nosso hospital. Quando conseguimos separá-lo da filha, vimos o rosto angelical da menina sorrindo. Mas ainda. Tentamos sentir as batidas do coração, mas ela estava morta“.
Dom Jean-Clément Jeanbart, arcebispo de Aleppo dos gregos-melquitas e visitador apostólico para os melquitas na Europa, se declara grato ao Papa Francisco pela sua constante atenção ao sofrimento do povo da Síria e “por ter falado sobre essa criança”.
“Está fazendo muito frio na Síria, em particular em Aleppo, nestes meses de janeiro e fevereiro. A temperatura chegou a sete graus abaixo de zero durante a madrugada. De dia fica em cerca de zero ou pouco mais. O clima está difícil. Dois dias atrás, saí de Aleppo com neve”.
Ele tem esperança no impacto das palavras do Papa Francisco:
“Talvez isso possa mover algumas organizações para que elas continuem nos ajudando, um pouco, a aquecer as casas, um pouco a ajudar as pessoas a suportarem esse frio. Eu vendi o meu carro para ajudar 500 famílias a terem o necessário para sobreviver neste período”.
Para o arcebispo grego-melquita de Aleppo, o Papa “está mostrando ao mundo que existe uma grande tragédia, um grande sofrimento na Síria, envolvendo crianças e idosos que também precisam se aquecer“.
*
Beckett, 4 anos: a dura realidade cotidiana de uma criança com câncer
Crianças com câncer são uma realidade chocante, dolorosa e dilacerante. A mãe de família Kaitlin Burge, do Texas, compartilhou sem filtros a sua perspectiva pungente da doença e do impacto sobre a família, mediante fotografias pungentes do filho Beckett, de 4 anos.
As imagens têm provocado uma onda de comoção e de solidariedade, em especial entre outros pais de crianças doentes. “O câncer de uma criança é um desafio para toda a família“, confessa a mãe.
São fotos que preferiríamos não ver. No entanto, elas são paradoxalmente necessárias para conscientizar sobre o quanto a vida de uma família pode ser impactada pela doença de uma criança. Kaitlin Burge tirou essas fotos em janeiro, mas elas ainda representam um “dia comum” na vida do filho, diagnosticado com leucemia linfoblástica aguda há mais de um ano. O pequeno Beckett toma toda noite uma pílula quimioterapêutica e faz visitas mensais à clínica onde recebe as suas sessões de quimioterapia. O tratamento provoca vômitos que determinam o ritmo do dia-a-dia. Um cotidiano pesado de carregar para a criança, mas também para seus irmãos e para toda a família.
“Ficar do lado do seu irmãozinho, segurá-lo pela mão e afagar as suas costas. Passar de treze quilos para nove. Isso é o câncer infantil“, comenta a mãe no Facebook, em uma das fotos. Nela vemos Beckett acompanhado pela irmãzinha enquanto passa por mais um dos seus momentos de tanto desconforto.
Em reportagem veiculada pela CNN, Kaitlin declarou:
“A nossa família está dividida. Minha bebê de 23 meses teve que ir para casa da vovó. Estamos todos muito cansados. Perdemos muitos amigos e outros relacionamentos estão sendo postos à prova. Não conseguimos mais viver como antes”.
Para a mãe, focar na saúde de Beckett implica ter menos tempo para as duas filhas, Aubrey, de 5 anos, e a bebê de 23 meses.
“Nós temos que vencer a luta contra o câncer, mas não podemos esquecer os outros filhos. Porque eles acabam sendo frequentemente esquecidos. Só que eles mesmos fazem muitos sacrifícios que as pessoas ao redor deles nem percebem”.
Sacrifícios como os de Aubrey, a irmãzinha que ficou com a mãe e com o irmão, tanto no hospital quanto em casa.
“No começo, ela não entendia por que o irmãozinho que era tão travesso e brincalhão agora dormia o tempo todo, não podia andar sozinho ou estava quase sempre faltando à escola. O mundo deles desmoronou”.
Beckett continuará em tratamento até agosto de 2021. É toda uma eternidade para a família.
A família do menino mantém uma página no Facebook com atualizações sobre o seu estado de saúde. Você pode acompanhá-la aqui: Beckett Strong.
*
Quaden, 9 anos: choque mundial diante do vídeo do menino humilhado que clama que quer se matar
O vídeo dilacerante do pequeno Quaden impactou o planeta:
“Me dá uma corda, eu quero me suicidar (..) Eu só quero dar uma facada no meu coração… Eu quero que alguém me mate!”
As palavras e as imagens viralizaram gerando uma onda de choque e solidariedade para com o menino australiano de 9 anos de idade que apresenta o tipo mais comum de nanismo, a acondroplasia.
Foi a mãe dele, Yarraka Bayles, quem tomou a corajosa e delicada decisão de publicar o vídeo do filho em explosão de angústia e sofrimento.
“Acabo de buscar o meu filho na escola. Fui testemunha de um episódio de bullying, chamei o diretor e quero que as pessoas saibam que este é o efeito do bullying. É isto aqui o que o bullying faz. Este é o impacto do bullying num menino de nove anos que só quer ir à escola, receber educação e se divertir, mas todo dia acontece alguma coisa”.
Quaden se tornou quase instantaneamente um símbolo clamoroso da luta contra o assédio moral intimidatório (bullying) a crianças, primordialmente na Austrália, seu país. Entre as muitas pessoas que reagiram com manifestações de carinho e solidariedade nas redes sociais estiveram o ator Hugh Jackman, também australiano, e o comediante norte-americano Brad Williams, que também tem nanismo e que organizou uma “vaquinha virtual” para presentear a Quaden uma viagem à Disney.
Essa “vaquinha virtual”, aliás, ensejou mais uma lição da família de Quaden ao mundo:
Leia também:
Família de menino do vídeo de bullying ganha R$ 2,2 milhões e os doa à caridade