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Nicarágua: luto pela morte do sacerdote e poeta Ernesto Cardenal

KSIĄDZ ERNESTO CARDENAL, PIERWSZA MSZA PO 35 LATACH

LUZ MARINA ACOSTA/AFP/East News

Vatican News - publicado em 03/03/20

Padre Cardenal foi um grande poeta e um dos maiores expoentes da Teologia da Libertação

A Conferência Episcopal da Nicarágua “lamenta” a morte do padre Ernesto Cardenal, que faleceu na noite deste domingo aos 95 anos de idade, num hospital da capital Manágua, onde esteve internado durante alguns dias por problemas renais e cardíacos. Numa mensagem de condolências enviada à sua família, a Igreja local eleva orações a Deus pelo seu descanso eterno. A notícia da morte do Cardenal foi comunicada pela escritora nicaraguense Gioconda Belli, que o definiu “um grande poeta”, uma vida dedicada “à poesia e à luta pela liberdade e justiça”.

Em fevereiro do ano passado, o Papa havia concedido a plena reintegração do padre Cardenal, suspenso a divinis há mais de trinta anos por causa de sua militância política. O sacerdote tinha participado como ministro da Cultura (1979-1988) do governo liderado por Daniel Ortega. No hospital, onde estava internado, o sacerdote tinha recebido a bênção de Francisco através do núncio Waldemar St. Sommertag. A suspensão a divinis tinha sido aceita por Cardenal, que tinha se comprometido a nunca realizar “qualquer atividade pastoral”, abandonando depois com o tempo qualquer compromisso político. Em 1994, Cardenal deixou a Frente Sandinista de Libertação Nacional (Fsln), criticando o que ele interpretou como uma deriva autoritária do partido.

Nascido em 20 de janeiro de 1925, em Granada, Ernesto Cardenal estudou literatura primeiro na Universidade de Manágua e depois no México. Ele completou seus estudos em Nova York, convertido ao catolicismo em 1956, então decidiu entrar como noviço no mosteiro trapista de Nossa Senhora no Getsêmani (Kentucky), onde foi discípulo do monge e poeta Thomas Merton. Ele foi ordenado sacerdote em 1965. O padre Cardeal, expoente da Teologia da Libertação, foi um dos maiores poetas hispano-americanos. A publicação do seu livro: “Crianças das Estrelas” ocorreu no ano passado. Candidato várias vezes ao Prêmio Nobel de Literatura, ganhou o Prêmio Rainha Sofia de Poesia, o mais importante da América Latina, e o Prêmio Internacional Mario Benedetti, concedido pelo Uruguai. Nos anos 80, Ernesto Cardenal foi o promotor de uma grande campanha de alfabetização que lhe valeu o reconhecimento da UNESCO: graças a essa iniciativa, pelo menos 500 mil nicaraguenses aprenderam a ler e escrever.

(Vatican News)

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