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Por que a vida espiritual é diferente para cada pessoa?

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Naassom Azevedo/Unsplash | CC0

Philip Kosloski - publicado em 09/03/20

Cada um de nós é criado de forma única, e o que funciona para algumas pessoas pode não dar certo para outras

A vida dos santos o intimida? Eles tiveram vidas sagradas e corajosas, muitos passaram noites inteiras em oração ou sem comer um único pedaço de pão durante o dia. Mas será que podemos viver de acordo com o exemplo deles?
A boa notícia é: não! Ou seja, nunca teremos a mesma vida espiritual que eles tiveram! Não copiamos (e não devemos) copiar tudo o que eles fizeram!

São Francisco de Sales explica em sua “Introdução à Vida Devota”:

“Quando Deus criou o mundo, ele ordenou que cada árvore desse frutos segundo sua espécie; e mesmo assim Ele pede aos cristãos – as árvores vivas de Sua Igreja – que produzam frutos de devoção, cada um de acordo com sua espécie e vocação. ”

Cada um de nós é criado por Deus de forma única e irrepetível, e o que funciona para algumas pessoas pode não dar certo para outras. São Francisco de Sales passa a oferecer alguns exemplos concretos:

“Seria apropriado que um bispo tentasse levar a vida solitária de um cartuxo? E se o pai de uma família fosse tão independente ao prever o futuro como um capuchinho, se o artesão passasse o dia na igreja como um religioso … essa devoção não seria ridícula, mal regulada e intolerável? Não obstante, esse erro é frequentemente cometido, e o mundo, que não pode ou não discriminará entre a devoção real e a indiscrição daqueles que se consideram devotos, resmunga e encontra falhas na devoção.

Basicamente, São Francisco de Sales está tentando argumentar que a vida devocional parecerá diferente de pessoa para pessoa. A mãe ou o pai não devem passar o dia inteiro na igreja, enquanto os filhos estão correndo pela casa sem comida. Um pároco não deve se trancar em sua reitoria para orar como um eremita e só sair aos domingos. Cada indivíduo tem uma vocação única e sua vida de oração refletirá essa vocação.

Isso não significa que um homem ou mulher que trabalha tenha uma “desculpa” para evitar orar todos os dias. Pelo contrário, pede-se que que eles consigam discernir ativamente como podem incorporar suas vidas espirituais na vocação que estão vivendo.

São Francisco de Sales afirma essa verdade central, exortando-nos a buscar a perfeição na vocação para a qual Deus nos chamou:

“É claro que uma devoção puramente contemplativa, como é especialmente apropriada à vida religiosa e monástica, não pode ser praticada nessas vocações externas, mas existem vários outros tipos de devoção adequados para liderar aqueles cujo chamado é secular, nos caminhos da perfeição. O Antigo Testamento nos fornece exemplos em Abraão, Isaac e Jacó, Davi, Jó, Tobias, Sara, Rebeca e Judite; e no Novo Testamento, lemos sobre São José, Lídia e Crispo, que levaram uma vida perfeitamente devota em seus ofícios … Certifique-se de que, onde quer que nossa sorte seja lançada, podemos e devemos buscar a vida perfeita.”

Lembre-se, é a qualidade de nossa oração que conta, não a quantidade, mesmo que um santo recomende fazer tais e tais orações todos os dias. Não se preocupe com a aparência de sua vida de oração, mas com o conteúdo dela e como você está crescendo em seu relacionamento com Deus.


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