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“Para apagar a fé no Brasil seria preciso subir aos céus e apagar todas as estrelas”

Cristo Redentor

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Aleteia Brasil - publicado em 11/03/20

O discurso do cardeal dom Sebastião Leme da Silveira Cintra, então arcebispo do Rio, no encerramento do Congresso do Cristo Redentor em 1931

Reproduzimos a seguir o discurso do cardeal dom Sebastião Leme da Silveira Cintra, então arcebispo do Rio de Janeiro, no solene encerramento do Congresso do Cristo Redentor.

Domingo, 11 de outubro de 1931 Templo de São Francisco de Paula, Rio de Janeiro Ao legado de Sua Santidade o papa Pio XI, o cardeal-arcebispo do Rio, cabe-lhe a honra insigne de encerrar o Congresso [do Cristo Redentor] e não o fará em discurso, mas sim em palavras simples. O representante do Santo Padre deve antes de tudo agradecer as palavras de carinho e amor que neste congresso foram proferidas. Nas horas de tribulações, nas horas em que cravejam de angústia e dor o papa, quando não faltam renegados que insuflam a plebe amotinada a queimar conventos e asilos, quando um país há no mundo em que chegam a arregimentar um verdadeiro exército para uma guerra de extermínio ao nome de Deus, deve à pessoa do papa chegar consoladora a notícia de que, nas outras bandas do mar, existe um povo que faz questão de ser fiel a Cristo Rei, fiel à Santa Igreja, fiel ao Soberano Pontífice. Nós queremos que Ele reine sobre o Brasil. E Cristo reinará! É o que o legado vai dizer ao papa, que lhe deu uma missão de amor e de benção. Nas horas tristes, dirá ao papa que contempla a nossa Guanabara, o nosso Corcovado. O papa dirá então: “que lindo trono para Cristo Redentor”. E o cardeal legado dirá: “existe outro trono mais antigo e mais resistente que o granito do Corcovado: é o trono da Eucaristia, o trono da adoração perpétua”. [O representante do papa] quer saudar hoje, e pede a seus filhos espirituais uma braçada de flores, uma explosão de aplausos, para o Episcopado nacional, grato pelo muito que fizeram os arcebispos e bispos, grato pelo que fizeram em prol do monumento, pelo brilho nunca dantes visto em outras solenidades. Podem todos imaginar como o coração se enche de emoção. [O representante do papa] beija comovido as mãos que espalham esmolas da terra e do céu. Tem viva na retina e no coração a visão magnífica da hora santa em Santa Ana em que eles, os bispos, pareciam um colar de ametistas, que um anjo custódio tivesse como um símbolo de amor e reparação para todo o povo brasileiro. Tinha a impressão de que a legião dos bispos, nas horas presentes de guerras, formava uma força maior que a de todas as fortalezas. Amanhã eles irão sagrar a Cristo rei do Brasil. Os corações dos nossos bispos serão a joia mais preciosa para o diadema de Cristo Rei. Colocaram ao lado do trono duas bandeiras: a do papa e a da pátria e, por cima, a imagem do Salvador abraça num olhar carinhoso a todos: papa, bispos, povo brasileiro. Se os homens persistirem na contumácia das competições políticas regionais e pessoais, tudo isto irá estraçalhando a unidade da pátria. Senhor, eu não quero ser poeta lúgubre da morte da mais bela das pátrias! Senhor, prefiro morrer mil vezes e sepultar os poucos anos que me restam a ver infelicidade na pátria deste Brasil que é nosso! Ó Pátria, ajoelha-te junto à cruz do Redentor, junto à cruz de onde nasceste grande e cresceste imensa. Brasil! Ó pátria, conserva-te de joelhos diante de Cristo Redentor porque assim poderás apresentar-te de pé diante das outras nações, adorando um só Cristo Redentor. Senhor! Aos pés do Cristo Redentor, juremos fidelidade ao Brasil, à integridade da Pátria. Agora compreendeis a elevação patriótica destas manifestações da pátria a Cristo Redentor. Cristo vive, reina e impera! Falta ainda completar essas palavras. Na Praça de São Pedro, em Roma, existe um obelisco com essa inscrição e ainda o argumento “et plebem suam ab omni malo defendat“. [O legado pontifício] pede aprovação [de todos] com aplausos para [colocar no pedestal do Cristo Redentor] a inscrição das palavras: “Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera, e contra todos os males defenda seu Brasil“. Nunca o Brasil será vencido. Cristo vence, Cristo reina e, porque reina, a cruz nunca será humilhada ou desterrada da nossa pátria. Para apagar a fé no Brasil seria preciso subir aos céus e apagar todas as estrelas. Seria necessário um terremoto ou maremoto que atingisse o Cristo no Corcovado, montanha escarpada que transformamos em trono perpétuo do Redentor. Seria preciso calcinar o granito do Corcovado, o Corcovado do coração. Cristo impera, e na terra na qual Cristo reina é preciso que todos se amem, é preciso que estale o beijo de toda a família brasileira. Cristo impera, e o seu império é o império da paz, do amor, da misericórdia e do perdão. Aqui na terra enluarada pela visão branca do Cristo não há vencedores nem vencidos. Somos todos irmãos, filhos da mesma pátria, membros da mesma família. Ao gesto amoroso de Cristo que abre os braços acolhedores a todos os brasileiros, sem distinção, deve responder o gesto patriótico do amplexo fraternal de todos os filhos e habitantes desta terra bendita. Cristo vence! E porque esta terra é sua, ela nunca será vencida pelo estrangeiro invasor, nem retalhada pela guerra civil. Seremos o doce império em que não há lugar para tiranias. Nem a tirania de capitalismos vorazes. Nem a tirania da demagogia sangrenta. Nem a tirania dos potentados. Nem a tirania do povo Christus vincit, Christus regnat, Christus imperat, et Brasiliam suam ab omni malo defendat! Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera, e contra todos os males defenda o seu Brasil!

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A partir do site do ISPA Brasil


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