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A liberdade é fruto das escolhas boas

FREEDOM

BABAROGA|Shutterstock

Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 12/03/20

Se somos infelizes a culpa não é de Deus, e sim de nossas decisões mal tomadas

Nós passamos pelo deserto da Quaresma com jejum, oração e caridade, na certeza da Ressurreição, mirando a vitória com Cristo. Parte desse processo é a busca pela libertação e eu gostaria muito de destacar que nós devemos ser livres para viver plenamente o que Deus sonhou para nós. Somos livres na prática do bem. É para a liberdade que Cristo nos libertou, ou seja, uma libertação em Jesus, uma liberdade que deve nos levar a uma boa consciência.

Deus nos deu o chamado “livre arbítrio”, que é a liberdade de fazermos escolhas, de agir ou não agir, de fazer ou não fazer as coisas e essa liberdade alcança a sua perfeição quando está em profunda sintonia com Deus.

Deus criou o homem de tal forma que deixou a decisão sobre a vida de cada um entregue em nossas mãos, como diz no Livro do Eclesiástico: “Deus criou o homem e entregou às suas próprias decisões” (Eclo,15,14). Então, o que fazemos tem consequências para nós, para os outros e para nossa salvação.

O ser humano, pode ou não seguir a Deus; é nossa decisão. Enquanto não estivermos em plena sintonia com Deus, enquanto não estivermos absorvidos em Deus podemos escolher o bem e o mal. Crescer na perfeição para Deus ou definhar no pecado, é decisão nossa. Não é por acaso que o primeiro Salmo fala dos dois caminhos: o da perfeição ascendente a Deus, ou o do ímpio que definha no pecado e na mentira.

Quanto mais praticamos o bem, quanto mais nossas opções forem para o bem, mais nos tornamos livres. A liberdade é fruto das escolhas boas. As escolhas para o mal nos tornam escravos. Livres para servir, é a nossa opção concreta para o bem.

Na vida não conseguimos ficar sem pender para um lado. É visível, se uma pessoa toma o caminho do mal. Vai piorando em todos os aspectos. Se opta pela mentira, outros pecados se agregam e a pessoa se torna mais má, mais maquiavélica e mais demoníaca. Não porque Deus quis, Deus não predestinou nada. A escolha da pessoa em suas sucessivas opções para a mentira, ao adultério, à fornicação, ao perjúrio e à injustiça levaram-na a agregar sobre si uma energia do mal que a fez escrava do demônio e,perdeu a luz, perdeu a graça, perdeu o brilho de Deus e ficou aprisionada no mal.

A liberdade que Jesus conquistou na cruz quebrou o pecado de Adão, e nos deu a chance de escolher o bem. E mesmo Cristo tendo vencido a morte e derrubado o diabo, Ele não pode interferir no que o Pai criou: o homem e a mulher livres para tomar suas próprias decisões.

A vitória está ganha em Cristo, a liberdade foi conquistada, mas sair do cativeiro depende de nós. O livre arbítrio, a liberdade que foi um presente de Deus tem graves implicações, pois nos torna responsáveis pelos nossos atos.

Qualquer ato tem suas consequências, e implicam numa responsabilidade de alegria ou de dor. Se somos infelizes a culpa não é de Deus, e sim de nossas decisões mal tomadas. Podemos passar por fortes provações e sermos felizes. Podemos sofrer graves enfermidades e sermos serenos, mas podemos ter tudo e sermos infelizes.

A liberdade que nós cristãos temos, nem Deus na sua onipotência nos tirará, nem Jesus no seu ato redentor nos tirou. Ele nos abriu a porta, e quebrou os grilhões, mas sair depende de nós.


FRANCISCAN FRIARS OF THE RENEWAL,CATHOLIC

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