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O coronavírus e a ressonância de crises

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Priscilla Du Preez/Unsplash | CC0

Alexandre Ribeiro - publicado em 18/03/20

As pessoas estão nervosas por causa do coronavírus. Então tente não adicionar ainda mais nervosismo à situação

Comentamos em nosso artigo de ontem que uma crise é uma instabilidade de grandes proporções.

O mundo atualmente passa pela crise do coronavírus. Enquanto conjunto da sociedade, essa é a nossa maior crise no momento, a qual deve ser enfrentada.

E toda crise, começando neste caso com uma forte instabilidade no ambiente que nos cerca – a presença de um novo vírus –, também gera instabilidades dentro de cada um de nós e dentro dos círculos menores de nossa convivência, como a família.

Nesse contexto, é preciso muita atenção para não adicionar desnecessariamente mais crises à grave crise já existente.

Isso é muito importante.

Porque todo sistema tem limites. E quando se ultrapassa o limite de resistência de um sistema, ele se rompe, ou seja, sofre desestruturação.

A desestruturação é o rompimento do conjunto de relações de um sistema. É a sua ruína.

Observemos a situação de forma bem simples e concreta.

As pessoas estão nervosas por causa do coronavírus. Então, na medida do possível, tente não adicionar ainda mais nervosismo nas relações que você mantém com todos que o cercam neste momento.

O melhor mesmo, neste caso, é enfrentar o nervosismo com a calma. Então, em sua casa, esforce-se para ser mais calmo do que nunca.

Seus parentes podem estar com medo. Seu cônjuge, nervoso. Seus filhos estarão mais agitados que de costume, pois não entendem completamente a situação, mas também se preocupam, à maneira deles.

Neste momento, em primeiro lugar, é muito importante que cada um de nós seja um exemplo e testemunho de calma. Isso pelo simples fato de que adicionar nervosismo à situação só trará más consequências.

Então, façamos o exercício de pensar assim: nós, enquanto sociedade, estamos enfrentando uma crise. Nós a venceremos. Ela vai passar em breve. É preciso paciência, disciplina e virtude.

Deixemos que o campo de batalha da crise seja do lado de fora de nossas casas. Que dentro de casa, reine a paz e a tranquilidade, pelo menos naquilo que depende da nossa atitude.

A crise do coronavírus já está sendo enfrentada por governos, pesquisadores, médicos, ou seja, pelos sistemas de saúde, econômico e político. É função desses sistemas enfrentar a crise. E nós colaboramos com todos esses sistemas.

Mas é importante também enfatizar a realidade concreta do ambiente dentro de casa.

Tenha paciência e misericórdia. Deixemos passar os pequenos aborrecimentos que em outras ocasiões nos teriam feito perder a cabeça.

Não brigue com sua esposa. Não brigue com seu marido. Não brigue com seus filhos. Não discuta com seus vizinhos.

Vamos lutar neste momento a luta que mais importa. E vamos permanecer aliados uns dos outros, especialmente dentro de casa e entre aqueles que nos cercam.


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