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“Meus colegas me pedem para rezar por seus pacientes”, diz médico italiano

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Zoe Romanowsky - publicado em 01/04/20

Vivendo e trabalhando com a dor, o drama e o caos da pandemia, nossos profissionais de saúde não oferecem apenas seus sacrifícios e serviços; eles também nos brindam com lições de vida e reflexões espirituais

Nenhum outro grupo está mais próximo agora do véu que separa o mundo visível do invisível do que os profissionais de saúde. Enquanto cuidam e confortam pacientes que sofrem de COVID-19 em todo o mundo, eles não estão apenas nos dando de presente os seus sacrifícios e serviços, mas também, em alguns casos,  reflexões espirituais poderosas.

Dr. Amedeo Capetti, especialista em doenças infecciosas e consultor da OMS, escreveu essa reflexão no jornal italiano Il Foglio, em 18 de março de 2020, que foi republicado recentemente no boletim da Communion & Liberation. Capetti, médico do Primeiro Departamento de Doenças Infecciosas do Hospital Luigi Sacco em Milão, compartilhou seus pensamentos a caminho de uma recente mudança no hospital.

Alguns trechos:

“O que estou vivendo – mas acredito que seja uma experiência compartilhada por muitos outros – é um fenômeno que os médicos costumam ver naqueles que sobreviveram a uma briga com a morte: a experiência de abrir os olhos e perceber que nada pode deixar de ser um dado adquirido. É o reconhecimento de que tudo é um presente: acordar de manhã, cumprimentar seus entes queridos e até todos os pequenos momentos da vida cotidiana que, para alguns, é apenas tempo de ser preenchido, mas para outros, como eu, inesperadamente tornam-se ainda mais atraentes do que antes.(…)A graça dessa nova autoconsciência transforma radicalmente o que fazemos, gerando espanto, amizade. Nós olhamos um para o outro e dizemos: hoje não podemos nos abraçar, mas um sorriso diz muito mais do que aquilo que um abraço costumava dizer. Essa conscientização nos permite participar do drama de nossos pacientes. Não é por acaso que meus colegas me pedem para rezar não apenas por seus entes queridos, mas também por seus pacientes, algo que nunca havia acontecido antes. E isso também é contagioso. Ontem, uma mulher de Crema me telefonou para receber notícias sobre sua avó que está hospitalizada e em sérias condições no Sacco. Ela me contou sobre sua outra avó, que morreu de Covid, e sua mãe, que está em terapia intensiva em Crema, e depois disse: ‘Veja, doutor, no começo eu estava rezando, mas agora parei’. Eu respondi: ‘Eu entendo, senhora. Não se preocupe. Eu serei o único a rezar por ela’. Quando ouviu isso, ficou emocionada e disse: ‘Não, doutor, se você vai rezar, eu também o farei. Vamos rezar juntos por minha mãe.'”

KWARANTANNA

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