Fulano é de esquerda, Sicrano é de direita, Beltrano só quer tomar o poder, não importa. Não é hora de se preocupar com isso. Se tiver eleição neste ano, no Brasil, será para prefeito. E a melhor vitrine que qualquer candidato pode fazer agora é salvando vidas e prevenindo um agravamento da tragédia trazida pelo novo coronavírus. Em todo caso, não devemos nos preocupar com eleições ou em lutar pelo candidato em que acreditamos. Isso muda quase de uma hora para outra, como pudemos ver nos últimos anos.
Devemos estar prontos para apoiar as medidas e seguir as orientações de líderes que tenham maior chance e capacidade de limitar ao máximo o número de vítimas dessa praga. Não é difícil ter esse parâmetro, basta enxergar os desdobramentos, as medidas que deram certo e as que não deram nos países em que a epidemia chegou antes do Brasil. Coreia do Sul, China, Japão ou Estados Unidos, Espanha, Itália, Inglaterra, Suécia, Equador. Esses países são laboratórios vivos nos quais podemos nos espelhar sobre como agir ou como não agir.
Lembre-se que nossos governantes têm a missão de nos servir e não o contrário. Os interesses políticos de um líder nunca devem entrar na frente da saúde e da segurança da população. Agora, se os interesses de um governo coincidem com o ato de salvar vidas, ainda que o político esteja usando isso como vitrine, no momento devemos apoiar. Pois a Covid19 é uma doença grave, com grande potencial de risco a todos nós e quanto mais as medidas certas demorarem para ser tomadas, mais devastadores serão seus efeitos.
O momento pede união no combate ao único inimigo comum que no momento pede urgência, o novo coronavírus. O que torna deste um ótimo momento para deixarmos nossas diferenças de lado e somarmos forças. Um novo conceito nação pode ser formado assim. Quem disse que juntos não podemos nos definir como um povo que se une pelo bem comum, pelo amor ao próximo, pela solidariedade? Os efeitos dessa pandemia serão medidos exatamente pelo grau de compaixão, de cuidado e de amor pelo próximo que tenhamos a partir de agora.
Um ótimo exemplo de como deixar as desavenças de lado pode contribuir para o bem de todos é a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Para servir ao bem de todos e proteger o mundo da ameaça do nazismo, os Estados Unidos e a União Soviética, dois históricos rivais, se uniram para vencer uma ameaça comum. E assim salvaram milhões de vidas.
As Olimpíadas não foram adiadas para o ano que vem? Pois bem, as disputas políticas podem muito bem ficar para 2022. Isso se for necessário. Quem sabe não superemos isso para entender a necessidade da participação de todos na construção de uma sociedade com mais empatia? Esta é a nossa oportunidade de contribuir.