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Como evitar a violência em casa durante o confinamento

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Orfa Astorga - publicado em 15/04/20

A violência doméstica é uma triste realidade, que pode tomar grandes proporções durante a quarentena

A maioria de nós costuma ter problemas de gestão emocional em alguma área de nossa vida. E é no casamento e na família que descontamos temores, frustrações e defeitos.

Isso pode ser ainda mais evidente neste momento de quarentena, em que os contrapesos motivacionais normais que nos ajudam a equilibrar nossas limitações (e as dos outros) desaparecem.

Você já parou para pensar no esforço que é manter o equilíbrio emocional em uma situação atípica como a quarentena? Nenhuma família está totalmente livre de cair em desavenças – ainda mais neste período.

Existem vários fatores que se somam ao estresse do confinamento. Entre eles:

  • uma relação conjugal deteriorada;
  • uma demissão do trabalho ou o encerramento de uma empresa;
  • alcoolismo e outros vícios.

Pode ser que a violência seja uma realidade anterior à quarentena ou que tenha surgido agora. Em todo caso, é necessário identificá-la e evitar que este mal cresça.

Como se forma a espiral da violência doméstica

Primeira fase

A rotina, a monotonia, o medo e as dúvidas sobre um futuro incerto quanto à saúde e à economia provocam situações de estresse. É preciso mudar a rotina para que o fantasma das desavenças não apareça.A princípio, uma causa real ou suposta é suficiente para que as pressões comecem a surgir e apareçam palavras duras, sarcásticas e desqualificadas entre os membros da família.A falta de respeito é uma forma de violência e, neste cenário, há tempo de reconduzir as relações conflitivas com soluções práticas, mantendo os membros da família ocupados.

Segunda fase

Surgem os ressentimentos, reclamações, restrições de recursos, questionamentos e controle de atividades. Acende-se a luz vermelha. É preciso colocar limites.Este é o momento de falar com clareza sobre o que se pensa da situação e o que está afetando o emocional das pessoas. É preciso impedir que a pessoa violenta se sinta no direito de fazer agressões constantes.

Terceira fase

Raiva gera raiva, desembocando em uma tormenta em forma de agressões físicas, insultos, humilhações e abusos sexuais. Nessas circunstâncias, o cônjuge e o resto da família afetada se encontram imersos em um processo gerado pelo medo e potencializado pelo isolamento.Eles acham que nada do que se faz resolve o problema, e, por isso, não sabem como agir, tornando-se submissos.No entanto, tal atitude pode torná-los ainda mais vulneráveis. Por isso, é necessário perder o medo e a vergonha de pedir ajuda.

Quarta fase

Em alguns casos, depois da tempestade vem uma atitude de arrependimento e reconciliação. Nessa fase, existe um componente de manipulação dos sentimentos dos atingidos pela violência, de suas necessidades de acreditar que tudo vai mudar – uma esperança natural. No entanto, o ciclo pode se repetir fase por fase, tornando a violência ainda mais perigosa, com a possibilidade, inclusive, de colocar vidas em risco.

O que fazer diante de uma explosão de violência?

  • retirar-se imediatamente, considerando a possibilidade de abandonar a casa, resguardando-se com os filhos na residência de amigos ou familiares;
  • pedir ajuda por telefone;
  • se houve agressão física, procurar um hospital;
  • denunciar a agressão à polícia ou a instituições especializadas em violência intrafamiliar;
  • solicitar medidas de proteção.

A violência doméstica é uma lamentável realidade. É preciso reconhecer seus diferentes graus e manifestações e agir. Sobretudo quando ainda há tempo de o perdão e o amor serem restabelecidos.

Oração contra a violência doméstica

Deus Pai,

Caminha pela minha casa e retira todos os males

(medos, irritabilidade, culpa, ressentimentos, obsessões)

e, por favor, cuida da minha família e cura todos nós.

Amém.


Verbal Abuse

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Tags:
CasamentoCovidFamíliaViolência
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