Guia para fazer em casa a Celebração da Palavra desta Sexta-feira da PáscoaA celebração da Páscoa continua nas sete próximas semanas, até culminar em Pentecostes. Até o final do período de confinamento por causa do coronavírus, a Aleteia, em colaboração com a revista Magnificat, continuará oferecendo estes guias para você realizar na sua casa a Celebração da Palavra de Deus.
ROTEIRO DA CELEBRAÇÃO:
- Se você está sozinho, é preferível ler as leituras e orações da missa deste domingo ou acompanhar a missa pela televisão.
- Esta celebração requer ao menos a participação de duas pessoas.
- Pode ser celebrada na noite de sábado (vigília do domingo) e na tarde do domingo. No entanto, a manhã de domingo é o momento mais apropriado.
- Esta celebração se adapta particularmente ao contexto familiar.
- Deve-se colocar o número de cadeiras necessário diante de um espaço de oração, respeitando a distância de um metro entre cada cadeira.
- Deve-se colocar uma cruz ou o crucifixo.
- Acende-se uma ou várias velas, que devem ser colocadas em um suporte seguro. Ao final da celebração, elas devem ser apagadas.
- Se você tem flores no jardim, colha algumas para colocá-las no ambiente de oração, pois sua presença é particularmente indicada neste domingo Laetare, em previsão da alegria da Páscoa.
- Designa-se uma pessoa para dirigir a oração (em ordem de prioridade: um diácono, um leigo que tenha recebido o ministério de leitor ou acolitado, o pai ou a mãe de família.
- A pessoa encarregada de dirigir a oração estabelecerá a duração dos momentos de silêncio.
- Serão designados leitores para as leituras.
- Preparar-se-á com antecedência a oração universal (que aparece neste guia) e se designará uma pessoa para sua leitura.
- Podem-se preparar os cantos apropriados.
QUINTA-FEIRA DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
Celebração da Palavra
“Só Jesus pode nos salvar”
Sentados. O condutor da celebração toma a palavra:
Irmãos e irmãs:
só Jesus pode nos salvar;
essa é a mensagem central da Ressurreição.
Mas surge a pergunta:
Nossa vida está à altura
do que se exige de nós para podermos nos salvar?
Ele, que vomitou os mornos,
vai salvar a nós,
que não somos grandes santos,
e nem mesmo, quem sabe, pequenos?
Ele, que recusará a entrada às bodas eternas
àqueles que não são dignos,
salvará nossos pais, nossos filhos,
nossos entes queridos?
Ele, que instituiu
um só batismo para o perdão dos pecados,
salvará aqueles que não conhecem o seu Nome?
O único nome pelo qual
eles podem ser salvos?
À medida que nos fazemos essas perguntas,
veremos hoje como o discípulo a quem Jesus amava,
nos descreverá uma cena de pesca
às margens do lago Tiberíades:
o sol começa a nascer no horizonte,
enquanto um grupo de pescadores
retorna com as redes vazias.
Às margens, Jesus ressuscitado
espera por eles de pé.
Quem são eles para Jesus?
Não seria apenas um bando de covardes, de renegados,
de falsos amigos?
Eles não o abandonaram, cheios de medo,
no momento mais importante?
Eles, que nem sequer são capazes,
depois de uma noite de trabalho,
de pegar um peixe?
Como Jesus reage?
Ele vai encher suas redes.
E vai lhes preparar um café da manhã
que eles jamais esquecerão
Pausa
Nesta Sexta-feira de Páscoa,
circunstâncias excepcionais continuam
a nos impedir de participar da celebração da Eucaristia.
No entanto, hoje mais do que nunca
devemos atualizá-la
amando-nos uns aos outros,
como Tu, Senhor, nos amaste.
Depois de um verdadeiro momento de silêncio, todos se levantam e fazem o sinal da cruz dizendo:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
O condutor continua:
Para nos prepararmos para receber a Palavra de Deus
para que ela possa nos regenerar,
reconheçamos nossos pecados.
Segue o rito penitencial.
Senhor, tende piedade de nós.
Porque pecamos contra ti.
Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia.
E dai-nos a vossa salvação.
Que Deus Todo-Poderoso tenha misericórdia de nós,
perdoe os nossos pecados,
e nos conduza à vida eterna.
Amém
Recitamos ou cantamos:
Senhor, tende piedade.
Senhor, tende piedade.
Cristo, tende piedade.
Cristo, tende piedade.
Senhor, tende piedade.
Senhor, tende piedade.
ORAÇÃO
O condutor recita a oração:
Deus eterno e omnipotente, que na Páscoa da nova aliança oferecestes aos homens o dom da reconciliação e da paz, fazei que realizemos na vida o que celebramos na fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
R/. Aleluia
A pessoa encarregada da primeira leitura permanece de pé, enquanto as outras pessoas ficam sentadas.
PRIMEIRA LEITURA
Naqueles dias, estavam Pedro e João a falar ao povo, depois da cura do cego de nascença, quando surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus, irritados por eles estarem a ensinar o povo e a anunciar a ressurreição dos mortos que se verificara em Jesus. Apoderaram-se deles e, porque já era tarde, meteram-nos na prisão, até ao dia seguinte. Entretanto, muitos dos que tinham ouvido a palavra de Deus abraçaram a fé e o número de homens elevou-se a uns cinco mil. No dia seguinte, os chefes do povo, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém, com o sumo sacerdote Anás, com Caifás, João e Alexandre, e todos os que eram da família dos príncipes dos sacerdotes. Mandaram vir os Apóstolos à sua presença e começaram a interrogá-los: «Com que poder ou em nome de quem fizestes semelhante coisa?» Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e o modo como ele foi curado, ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se encontra perfeitamente curado na vossa presença. Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a tornar se pedra angular. E em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos».
Palavra do Senhor.
O mesmo leitor, ou outro que for designado, lê o Salmo
SALMO (8)
R/. A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que temem o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.
R/. A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.
R/. A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Senhor, salvai os vossos servos,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós vos abençoamos.
O Senhor é Deus
e fez brilhar sobre nós a sua luz.
Para aclamar o Evangelho, cantamos o Aleluia triunfal:
R/ Aleluia, aleluia, aleluia.
Este é o dia do triunfo do Senhor,
dia de alegria e júbilo.
R/ Aleluia, aleluia, aleluia.
Naquele tempo:
Jesus apareceu de novo aos discípulos,
à beira do mar de Tiberíades.
A aparição foi assim:
Estavam juntos Simão Pedro,
Tomé, chamado Dídimo,
Natanael de Caná da Galiléia,
os filhos de Zebedeu
e outros dois discípulos de Jesus.
Simão Pedro disse a eles: ‘Eu vou pescar’.
Eles disseram: ‘Também vamos contigo’.
Saíram e entraram na barca,
mas não pescaram nada naquela noite.
Já tinha amanhecido,
e Jesus estava de pé na margem.
Mas os discípulos não sabiam que era Jesus.
Então Jesus disse:
‘Moços, tendes alguma coisa para comer?’
Responderam: ‘Não’.
Jesus disse-lhes:
‘Lançai a rede à direita da barca, e achareis.’
Lançaram pois a rede
e não conseguiam puxá-la para fora,
por causa da quantidade de peixes.
Então, o discípulo a quem Jesus amava
disse a Pedro: ‘É o Senhor!’
Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor,
vestiu sua roupa, pois estava nu,
e atirou-se ao mar.
Os outros discípulos vieram com a barca,
arrastando a rede com os peixes.
Na verdade, não estavam longe da terra,
mas somente a cerca de cem metros.
Logo que pisaram a terra,
viram brasas acesas,
com peixe em cima, e pão.
Jesus disse-lhes:
‘Trazei alguns dos peixes que apanhastes’.
Então Simão Pedro subiu ao barco
e arrastou a rede para a terra.
Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes;
e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu.
Jesus disse-lhes: ‘Vinde comer’.
Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar
quem era ele, pois sabiam que era o Senhor.
Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles.
E fez a mesma coisa com o peixe.
Esta foi a terceira vez que Jesus,
ressuscitado dos mortos,
apareceu aos discípulos.
Palavra da Salvação.
O Evangelho conclui sem aclamação. Todos se sentam. O condutor volta a ler lentamente, como se fosse um eco distante:
No profundo do nosso coração marcado pelo pecado,
deixemos ecoar esta palavra do Senhor,
que é endereçada pessoalmente a cada um de nós:
“Só Jesus pode nos salvar”
Permanecemos três minutos em silêncio para meditar.
PAI NOSSO
O condutor da celebração introduz o Pai Nosso
Unidos no Espírito e na comunhão da Igreja,
fiéis à recomendação do Salvador,
ousamos dizer:
Reza-se o Pai Nosso
Pai Nosso que estais nos Céus,
santificado seja o vosso Nome,
venha a nós o vosso Reino,
seja feita a vossa vontade
assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje,
perdoai-nos as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do Mal.
E imediatamente todos prosseguem proclamando:
Teu é o reino, o poder e a glória para sempre, Senhor.
O condutor segue dizendo:
Acabamos de juntar nossa voz
à do Senhor Jesus para rezar ao Pai.
Nós somos filhos no Filho.
Na caridade que nos une,
renovados pela Palavra de Deus,
podemos trocar um gesto de paz,
sinal de comunhão
que recebemos do Senhor.
Faz-se o gesto da paz.
Sentamo-nos.
COMUNHÃO ESPIRITUAL
O condutor diz:
Como não podemos receber a comunhão sacramental, o Papa Francisco nos convida urgentemente a realizar a comunhão espiritual, também chamada de “comunhão do desejo”. O Concílio de Trento nos lembra que “trata-se de um desejo ardente de alimentar-se deste pão celestial, unidos a uma fé viva que trabalha pela caridade, e isso nos torna participantes dos frutos e graças do Sacramento”. O valor da nossa comunhão espiritual portanto, depende da nossa fé na presença de Cristo na Eucaristia, como fonte de vida, amor e unidade, e de nosso desejo de receber a Comunhão, apesar de tudo.
Com esta disposição, convido-vos a reclinar a cabeça, fechar os olhos e viver um momento de recolhimento.
Pausa em silêncio
No mais profundo de nossos corações
deixemos crescer o desejo ardente de nos unirmos a Jesus,
em comunhão sacramental,
e de fazer que seu amor se faça vivo em nossas vidas,
amando nossos irmãos e irmãs como Ele nos amou.
Permanecemos cinco minutos em silêncio em um diálogo de coração a coração com Jesus Cristo. Podemos elevar um canto de ação de graças. Colocamo-nos de pé, e todos juntos pronunciam esta oração:
Guardai sempre, Senhor, com paternal bondade o povo que salvastes, para que se alegrem com a ressurreição do vosso Filho aqueles que foram remidos pela sua paixão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
BÊNÇÃO
O condutor da Celebração, com as mãos juntas, pronuncia em nome de todos a fórmula da bênção:
Pela intercessão de São N.
[padroeiro da paróquia],
de todos os santos e santas de Deus,
que o Senhor da perseverança e da fortaleza
ajude-nos a viver o espírito de
sacrifício, compaixão e amor de Jesus Cristo.
Desta forma, em comunhão com o Espírito Santo,
daremos glória a Deus,
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
pelos séculos dos séculos.
R. Amém.
Todos juntos olhando para a cruz pedem a bênção do Senhor:
Desça sobre nós a bênção de Deus e permaneça para sempre. Amém.
Todos fazem o sinal da cruz.
Os pais podem fazer o sinal da cruz na testa dos filhos pequenos.
É possível concluir a celebração elevando um cântico à Virgem Maria.
Regina caeli, laetare, alleluia,
quia quem meruisti portare, alleluia,
resurrexit sicut dixit, alleluia;
ora pro nobis Deum, alleluia.
Rainha do Céu, alegrai-vos, Aleluia!
Porque Aquele que merecestes trazer em Vosso ventre, Aleluia!
Ressuscitou como disse, Aleluia!
Rogai por nós a Deus, Aleluia!