“Eu caminho na luz ou caminho nas trevas? Sou filho de Deus ou acabei me tornando um pobre morcego?”O Papa Francisco afirmou hoje que os corruptos acostumam-se com as trevas e não sabem o que é a luz.
Em sua homilia na capela Santa Marta, o Papa destacou dois elementos das leituras do dia, sendo o primeiro o amor de Deus no Cristo crucificado; e o segundo o caminho das trevas ou da luz.
O primeiro elemento que o Papa destacou refere-se à revelação do amor de Deus.
Deus nos ama, e nos ama – como diz um santo – como uma loucura: o amor de Deus parece uma loucura. Ama-nos: “amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito”. Deu o seu Filho, enviou seu Filho e o enviou para morrer na cruz. Toda vez que nós olhamos o crucifixo, encontramos este amor.
O crucifico é o grande livro do amor de Deus. Não é um objeto a ser colocado aqui ou acolá, mais bonito, não tão bonito, mais antigo, mais moderno… não. É propriamente a expressão do amor de Deus. Deus nos amou assim: enviou seu Filho, (que) se aniquilou até a morte de cruz por amor. Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho.
Quantas pessoas, quantos cristãos passam o tempo olhando o crucifixo… e nele encontram tudo, porque entenderam, o Espírito Santo os fez entender que ali está toda a ciência, todo o amor de Deus, toda a sabedoria cristã.
Já o segundo ponto de reflexão que vem das leituras do dia é relacionado à passagem: “A luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações era más”.
Há pessoas – também nós, muitas vezes – que não podem viver na luz porque estão acostumadas com as trevas. A luz as encandeia, são incapazes de ver. São morcegos humanos: sabem deslocar-se somente na noite. E também nós, quando estamos no pecado, nos encontramos nesse estado: não toleramos a luz.
Viver nas trevas é mais cômodo para nós; a luz nos esbofeteia, nos mostra aquilo que não queremos ver. Mas o pior é que os olhos, os olhos da alma de tanto viver nas trevas se acostumam a tal ponto que acabam por ignorar o que vem a ser a luz. Perder o sentido da luz porque me acostumo mais com as trevas.
E muitos escândalos humanos, muitas corrupções nos indicam isso. Os corruptos não sabem o que é a luz, não conhecem. Também nós, quando nos encontramos em estado de pecado, em estado de distanciamento do Senhor, nos tornamos cegos e nos sentimos melhor nas trevas e caminhamos assim, sem ver, como os cegos, deslocando-nos como podemos.
O Papa destacou que o Espírito nos ajuda a ver as coisas com a luz de Deus.
Deixemos que o amor de Deus, que enviou Jesus para salvar-nos, entre em nós e a luz que Jesus traz, a luz do Espírito entre em nós e nos ajude a ver as coisas com a luz de Deus, com a luz verdadeira e não com as trevas que o senhor das trevas nos dá.
Duas coisas, hoje: o amor de Deus no Cristo, no crucificado; no cotidiano, na pergunta cotidiana que podemos fazer-nos: “Eu caminho na luz ou caminho nas trevas? Sou filho de Deus ou acabei me tornando um pobre morcego?”
Oração pela unidade entre as nações
Na introdução de sua Missa, o Papa afirmou que rezaria hoje pela Europa.
Neste tempo no qual é preciso muita unidade entre nós, entre as nações, rezemos hoje pela Europa, a fim de que a Europa consiga ter esta unidade, esta unidade fraterna que os pais fundadores da União Europeia sonharam.
(Com Vatican News)