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Bebê de 6 meses sobreviveu a cirurgia cardíaca e agora luta contra a COVID-19

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Annalisa Teggi - publicado em 30/04/20

Os pais optaram por divulgar a foto da menininha presa ao respirador para alertar sobre a importância do distanciamento social

Você pode se lembrar deste nome: “Alder Hey Hospital”. Sim, é o hospital pediátrico de Liverpool, onde o pequeno Alfie Evans morreu, depois de ter a vida cruelmente tirada pelo capricho de uma lei que prega a cultura da morte.


PROTEST W SPRAWIE ALFIEGO EVANSA

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Agora estamos vendo fotos de outra criança no mesmo hospital. O nome dela é Erin Bates e ela também, apesar de ter apenas seis meses de vida, teve seu quinhão de obstáculos a serem superados. Seus pais, Emma e Wayne Bates, são um casal jovem, muito parecido com os pais de Alfie.

Vou parar por aqui com os paralelos porque o objetivo não é confundir o leitor com duas histórias diferentes. No entanto, este exemplo nos dá a oportunidade de nos perguntar: como as vidas mais frágeis nos ensinam a ver o mundo?

Contra todas as probabilidades

Em uma longa entrevista ao Daily Mail do Reino Unido, o pai de Erin contou a história de sua filha, explicando por que ele e sua esposa Emma decidiram compartilhar com a mídia uma foto da menina hospitalizada e presa a um respirador. Erin recentemente testou positivo para COVID-19 e está lutando para superar a doença.

A trajetória da pequena Erin, entretanto, tem sido uma batalha contra todas as probabilidades. Sua vida foi descrita como um “milagre”, o que chama a atenção nos jornais, embora seja desprovida de qualquer referência religiosa. Toda vida é um milagre, se encarada com honestidade; toda pessoa humana é uma maravilha irrepetível e única.

Em outubro passado, os primeiros gritos da recém-nascida Erin encheram seus pais de alegria. Eles a conceberam naturalmente depois de os médicos terem dito por 10 anos que o casal não podia ter filhos. Podemos imaginar o quão feliz eles se sentiram na presença dessa menininha, pesando apenas 1 kg ao nascer. No entanto, as dificuldades estavam apenas começando.

Com dois meses de idade, Erin teve que passar por uma cirurgia. Richard Marsden, do Daily Mail, relata: “Erin Bates [teve] um problema cardíaco que exigia cirurgia cardíaca aberta. Ela também enfrentou problemas com a traqueia, mas após meses de tratamento dentro e fora do hospital, teve uma boa recuperação.”

A alegria de seus pais em seu nascimento e a gratidão deles quando ela se recuperou do perigo mortal foram um contraponto abençoado às provações dolorosas. Tanto a alegria quanto a tristeza os ajudaram a valorizar a vida de sua filha.

E, então veio, o coronavírus. Erin testou positivo para COVID-19 na semana passada e foi internada no Hospital Infantil Alder Hey. A fragilidade do seu coração a torna uma paciente de alto risco. A mãe fica ao lado dela o tempo todo (apenas uma pessoa pode ficar no quarto com ela), enquanto o pai está isolado em casa. Se eles também testarem positivo para o vírus, não poderão ficar com Erin no hospital. Deixá-la lutar sozinha seria de partir o coração ao extremo.

Emma Bates pediu orações pela recuperação da filha e certamente não ficará desapontada. Ela disse ao Daily Mail: “Tanto eu quanto Wayne estamos completamente de coração partido. Mais uma vez, estamos em uma situação em que podemos perder nossa garotinha se ela não continuar lutando… Por favor, por favor, mantenham Erin em suas orações. Não podemos perdê-la para esse vírus. Ela lutou demais – precisamos dela, ela nos completa.”

A importância do distanciamento social

Ainda não está claro como Erin contraiu o vírus. Os pais dela estavam muito atentos ao distanciamento físico, mesmo antes que a pandemia nos obrigasse a regular nosso comportamento. Eles sabiam que a filha estaria em perigo por causa de qualquer vírus. Por isso, o pai de Erin decidiu compartilhar a foto da filhinha para sensibilizar principalmente aqueles que defendem a flexibilização do distanciamento social.

“As pessoas ainda não parecem ter nenhum conceito de espaço pessoal”, disse ele ao Daily Mail. “Eu vi de uma praia onde havia uma barraca de sorvete aberta com pessoas na fila do lado de fora como se fosse um dia normal. Me aterroriza o fato de as pessoas ainda não seguirem as medidas de isolamento.”

Com a foto de sua filha presa ao respirador, o casal quer dar ao público em geral uma prova da evidência de que nosso comportamento pessoal afeta a vida de outras pessoas, especialmente as mais frágeis

Tomo a liberdade de compartilhar os pensamentos do Sr. Bates e também de contribuir com sua reflexão. A história da pequena Erin nos lembra que todos os dias da nossa vida são notáveis. Até o dia mais cinzento e chato carrega a verdade de que Deus, com um amor especial e imenso, mantém a existência e nos protege de cair no esquecimento.

No caso dessa menininha, esse “milagre” – que os jornais gostam de fazer tanto barulho com o único objetivo de receber cliques – é exponencialmente mais evidente, mas a verdade é que cada vida humana é um milagre. A própria existência é um presente imponente.

O fato de existir vida, de estarmos vivos, continua sendo uma rocha sólida de bondade à qual podemos nos agarrar nas tempestades da vida. Vemos isso mais claramente agora que um vírus nos assustou.

Já dissemos isso antes e repetimos: toda vida é um presente que devemos preservar com todas as nossas forças e recursos, sem nos poupar.

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