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Padres norte-americanos vão à linha de frente

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Philippe Lissac / Godong

Octavio Messias - publicado em 02/05/20

Arquidiocese de Boston leva extrema-unção a pacientes de Covid-19

Semanas depois da Arquidiocese de Chicago, no centro-oeste dos Estados Unidos, formar um time para levar suas bênçãos a pacientes com Covid-19 nos hospitais, a Arquidiocese de Boston, no nordeste norte-americano, resolveu tomar ação semelhante. O arcebispado enviou uma equipe de 30 padres para visitar pacientes nas UTIs que foram contaminados pelo novo coronavírus e, assim, garantir que aqueles que não sobreviverem recebam a extrema-unção. 

“Estamos muito agradecidos aos padres que se voluntariaram para servir no ministério, e pedimos a todos que rezem por eles, pela sua missão e segurança”, escreveu o Cardeal Sean O’Malley em seu blogue.

Para tentar garantir a segurança da equipe, foram indicados apenas padres com menos de 45 anos e sem condições médicas pré-existentes. Eles se dividiram e se hospedaram em capelas desocupadas próximas aos hospitais. E devem servir exclusivamente nessas paróquias ao longo da crise. 

Madre M.C. Sullivan, coordenadora de saúde da arquidiocese, disse ter sido alertada pelas equipes médicas quanto à necessidade de tais capelães. Ela revela que precisou fazer uso de sua bagagem na saúde e um trabalho de convencimento das equipes médicas, inicialmente reticentes à ação, de que seria seguro para os médicos, para os pacientes e para os sacerdotes.  

“Estamos fazendo o possível para que [pacientes] recebam a unção dos enfermos, ainda que isso seja dificultado pelo seu estado ou pelo regulamento do hospital”, Sullivan disse ao The Boston Pilot, jornal da arquidiocese.

Pela política de não aceitar visitantes, o que incluiria os padres, apenas 45 hospitais aceitaram a oferta. Mais de 80 padres participaram de um treinamento, que ensinaram as formas mais seguras de não encostar nos pacientes no hospital e de como manter o distanciamento social fora dele. 

Ela diz que essa é uma forma de manter a igreja ativa e presente, apesar do impedimento de que cerimônias aconteçam. “A igreja não só não foi embora, como corremos riscos para servir aos fiéis”, diz ela. 

Padre Tom Macdonald, vice-reitor do Seminário St. John, em Boston, disse que ser um capelão na Covid-19 é “como ser um bombeiro em um batalhão. Recebemos chamadas, saímos correndo e depois voltamos”. 

Como explica a rádio WGBH, o programa não tem impactado apenas os pacientes: “A resposta de familiares, pacientes e membros da equipe tem sido extremamente positiva”, de acordo com Sullivan. Membros da equipe e administradores nos hospitais têm ficado realmente satisfeitos pela maneira como isso funcionou”, ela disse. “Eles estão animados pelos seus pacientes, que ela sabe que se sentem melhor enquanto mantêm a consciência.” 

Nos primeiros dias do programa, no início de abril, um padre foi ao sacramento pela primeira vez, e Sullivan diz que uma enfermeira pediu que ele abençoasse a equipe ao sair do quarto, terminada a unção de um paciente. “Ele achou que ela se referia apenas aos membros que estavam bem ali”, disse Sullivan, “e, quando saiu, 25 profissionais da equipe hospitalar estavam reunidos para a bênção.”

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