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Ativista chinês no exílio: “Partido Comunista é o vírus mais grave de todos”

Chen Guangcheng

Catholic University of America (Reprodução)

Chen Guangcheng

Reportagem local - publicado em 04/05/20

Chen Guangcheng: "Não há nada confiável nos números do Partido Comunista Chinês"

Durante o fórum sobre a pandemia de covid-19 organizado em 24 de abril pelo Instituto de Ecologia Humana da Universidade Católica dos Estados Unidos (Catholic University of America), na capital norte-americana, o ativista Chen Guangcheng afirmou que o Partido Comunista Chinês é “o vírus mais grave de todos”.

Guangcheng nasceu e cresceu na China, mas recebeu asilo político nos Estados Unidos e lá reside desde 2012. Ele é cego, mas parece enxergar aspectos sobre o seu país natal que o próprio governo chinês não quer que sejam vistos pelo resto do mundo:

“É hora de reconhecer a ameaça que o Partido Comunista Chinês representa para toda a humanidade. Ele mantém e manipula informações para fortalecer o seu poder, sem se importar com o custo disso em vidas humanas”.

Na China, Chen Guangcheng já esteve na cadeia e também em prisão domiciliar. Assim como outros familiares, ele foi espancado várias vezes e proibido de recorrer a tratamento médico. O motivo não surpreende: ele criticou abertamente o Partido Comunista por violações dos direitos humanos.

E é dessa perspectiva que ele analisa a quarentena imposta à cidade de Wuhan, epicentro da pandemia:

“Famílias inteiras foram achadas mortas em seus apartamentos porque não tinham permissão para sair e para pedir ajuda”.

Ele acrescenta que é mentira que o coronavírus esteja sob controle na China e afirma que ainda há lugares em quarentena, como a cidade de Harbin.

Para Chen Guangcheng, o Partido continua escondendo a verdade e perseguindo quem tenta compartilhar informações sobre o coronavírus e a real situação no país. Além disso, o ativista declara que o Partido Comunista Chinês vem usando a emergência sanitária mundial para prender dissidentes em “lugares de quarentena”, citando o exemplo de um advogado que, segundo declarações da própria esposa, foi isolado a 400 quilômetros da própria cidade sob a “justificativa” de “medidas de controle da pandemia”.

Chen Guangcheng diz haver mais manipulação nos números de óbitos:

“Não há nada confiável nos números do Partido Comunista. Calcula-se que morreram 700 mil pessoas na China. Ninguém sabe a verdade sobre quantos realmente foram infectados pelo coronavírus”.

Ele acrescentou que, durante a quarentena em Wuhan, não se permitiu noticiar a verdadeira situação: segundo ele, moradores registraram cenas de pessoas que desmaiavam em plena rua e carros funerários que carregavam cadáveres a qualquer hora do dia.

“O Partido Comunista é o vírus mais grave de todos, com mais de 193 mil mortes em todo o mundo devido ao coronavírus [nota: até 24 de abril, data do pronunciamento de Chen]. Não deveria restar nenhuma dúvida sobre a ameaça que esse regime representa”.

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Com informações de ACI Digital


Sistema de créditos sociais da China

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