A súplica foi escrita em 1883 pelo beato Bartolo Longo sob o título “Ato de Amor à Virgem Maria”
No dia 8 de maio de 2020, durante a primeira onda da pandemia de covid-19, foi elevada no Santuário de Pompeia, no sul da Itália, uma “intensa oração da Súplica à Rainha do Santo Rosário“, conforme pedido explícito do Papa Francisco no final da audiência geral da quarta-feira imediatamente anterior, dia 6.
Na ocasião, o Papa exortou todos os fiéis a se unirem espiritualmente a este “popular ato de fé e devoção”, realizado todos os anos em 8 de maio e também no primeiro domingo de outubro.
Não foi apenas em 2020 que a Súplica à Rainha do Santo Rosário teve incentivo particular do Papa: o mesmo incentivo se repete todos os anos, sendo tradição rezá-la especialmente no dia 8 de maio.
A oração da Súplica à Rainha do Santo Rosário de Pompeia foi escrita em 1883 pelo beato Bartolo Longo sob o título “Ato de Amor à Virgem Maria“, em atenção à recomendação do Papa Leão XIII para que se rezasse o terço a fim de enfrentar os males da sociedade.
No momento atual, Francisco convida todos a rezarem “para que, pela intercessão de Nossa Senhora, o Senhor conceda misericórdia e paz à Igreja e a todo o mundo“.
O arcebispo de Pompeia, dom Tommaso Caputo, declarou ao Vatican News a respeito desta devoção:
“Devemos rezar com o coração de filhos que se dirigem à sua mãe. Estamos precisando realmente de tudo e tudo devemos pedir ao Senhor, sabendo que temos uma advogada no Céu. Recordemos o episódio das Bodas de Caná, o primeiro milagre de Jesus. Maria, referindo-se aos esposos, diz ao Filho: ‘Eles não têm mais vinho’. E Jesus lhe responde: ‘Que queres de mim, mulher? Minha hora ainda não chegou’. Depois, porém, Ele faz o que Sua Mãe pediu. Pensemos então no quanto Maria é importante, no quanto é poderosa a sua intercessão. É a ela que temos que pedir, pedir, pedir. E com a Súplica, a oração de Pompeia, fazemos isso de modo especial, fazemos todos juntos. A Súplica que nasceu da inspiração do beato Bartolo Longo, leigo, escrita em 1883, é uma prece ‘coral’. Assim como no ‘Pai Nosso’ nos dirigimos a Deus não individualmente, mas com os outros, também o fazemos na Súplica. Há um ponto que se diz na Súplica: ‘Debruça, ó Maria, o teu olhar piedoso sobre nós’. Ou seja, sobre todos nós, não apenas a mim, mas a nós. E a postura com que devemos entrar em oração é a de compreender também os outros, todos os irmãos”.
A Súplica à Rainha do Santo Rosário de Pompeia
Ó Rosário bendito de Maria,
doce cadeia que nos prende a Deus,
vínculo de amor que nos une aos Anjos,
torre de salvação contra os assaltos do inferno,
porto seguro no naufrágio geral,
não te deixaremos nunca mais.
Serás o nosso conforto na hora da agonia.
Seja para ti o último beijo da vida que se apaga.
E a última palavra dos nossos lábios
há de ser o vosso nome suave,
ó Rainha do Rosário de Pompeia,
ó nossa Mãe querida,
ó Refúgio dos pecadores,
ó Soberana consoladora dos tristes.
Sede bendita em todo o lado,
hoje e sempre, na terra e no céu.
A história desta poderosa devoção
A Súplica à Rainha do Santo Rosário de Pompeia é uma oração composta em 1883 pelo beato Bartolo Longo, fundador do Santuário de Nossa Senhora de Pompeia e das obras de caridade que fazem parte da sua proposta.
Pompeia, no sul da Itália, é a mesma cidade que, no ano 79, foi destruída pela famosíssima erupção do vulcão Vesúvio, cujas cinzas sepultaram edifícios e moradores ao mesmo tempo em que os conservaram, como que petrificados, ao longo de quase dois milênios. Essa antiga cidade pagã, em que a aristocracia romana se entretinha entre prazeres da carne e da mesa, atravessou uma longa era de abandono até voltar a receber, no século IX, algumas famílias de camponeses que erigiram por ali uma capela humilde.
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Beato Bartolo Longo: de “sacerdote de Satanás” a apóstolo do Santo Rosário
Em 1872, chegou ao Vale de Pompeia o advogado Bartolo Longo, que, na juventude, se entregara a ideias e ideais afastados de Deus. Ele próprio chegou a declarar que tinha sido como um “sacerdote de Satanás” em seus tempos de rebeldia e desespero. Após atravessar uma profunda depressão e a tentação repetida do suicídio, Bartolo Longo experimentou uma intensa experiência de conversão – que o levaria a ser beatificado por São João Paulo II em 1980.
Em seu processo de conversão, o beato foi inspirado a propagar a devoção ao Santo Rosário, o que o motivou, junto com a esposa, a construir em Pompeia o santuário dedicado a Nossa Senhora do Rosário.
Foi em 1883 que ele compôs a célebre Súplica.
Inicialmente, a oração recebeu o título de “Ato de Amor à Virgem Maria”. Mais tarde é que foi alterada para “Súplica à Poderosa Rainha do Santíssimo Rosário de Pompeia”. Com o passar do tempo, a oração foi recebendo vários retoques até chegar à fórmula atual.
A devoção a Nossa Senhora do Rosário de Pompeia se espalhou pelo mundo graças aos emigrantes que, antes de partirem do porto de Nápoles, passavam por Pompeia e recebiam a imagem de Nossa Senhora, terços e livretos de orações. Inúmeras igrejas e santuários foram sendo dedicados a Nossa Senhora de Pompeia mundo afora.
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