O Papa Francisco tem reiterado a necessidade de respeitar a dignidade dos funcionários, em particular dos que são imigrantes, apesar dos desafios econômicos exacerbados pela crise da pandemia de covid-19. Uma das ocasiões em que ele voltou ao tema foi a audiência geral da semana passada, realizada em 6 de maio na Biblioteca Pontifícia e transmitida somente via streaming por causa da quarentena.
Francisco disse que recebeu muitas mensagens sobre desafios trabalhistas por ocasião do 1º de maio, data em que muitos países celebram o dia do trabalhador.
Ele mencionou notadamente os casos recentes de exploração de trabalhadores rurais migrantes na Itália. A polícia italiana prendeu nas últimas semanas três proprietários de fazendas e alguns membros de quadrilhas que recrutam migrantes para trabalhar no campo em condições degradantes.
É chamativo que a maior parte dos integrantes dessas quadrilhas são eles próprios migrantes que exploram outros estrangeiros em situação vulnerável. Um dos presos era um imigrante gambiano acusado de explorar 50 trabalhadores no sul da Itália. Em outro caso, foram presos três albaneses no norte do país por forçarem outros migrantes a trabalharem até 10 horas por dia sem intervalo e por salários abaixo do mínimo.
O Papa declarou:
“É verdade que a crise está afetando a todos, mas a dignidade das pessoas sempre deve ser respeitada. É preciso defender todos os trabalhadores explorados. Convido a todos a transformarem a crise numa ocasião em que a dignidade da pessoa e do trabalho possa ser colocada de volta no centro das coisas”.