Lúcido e ativo, ele ainda dedicava o seu tempo, até recentemente, a estudar e traduzir textos, além de rezar, celebrar a Missa e ouvir confissõesPartiu para a Casa do Pai nesta segunda-feira, 18 de maio, às 15h, na Cúria Provincial dos Capuchinhos do Ceará e Piauí, no Centro de Fortaleza, ao lado do Santuário Coração de Jesus, o frei Roberto Magalhães, conhecido como frei Robertinho, aos 99 anos de idade e 81 de consagração religiosa mediante os votos de pobreza, castidade e obediência na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
Frei Robertinho tinha se tornado bastante conhecido nas redes sociais católicas ao longo dos últimos meses graças a imagens suas que foram compartilhadas por leigos e seminaristas de Fortaleza.
Uma delas, de agosto passado, nos mostra que, apesar da idade avançada, o frade fazia questão de se ajoelhar com grande fervor perante o Santíssimo Sacramento e de fazer a genuflexão mesmo quando apenas passava diante d’Ele. A foto foi tirada pelo seminarista Ruan Alif, no Santuário Coração de Jesus, na capital cearense:
Em outra foto, podemos vê-lo abençoando um policial militar nos corredores do Instituto Dr. José Frota, hospital de referência em Fortaleza. O policial em questão é o soldado Parente, que, na época, declarou com exclusividade ao blog Ancoradouro, do jornal cearense O Povo:
“Pedi ao frei que orasse não só por mim, mas por toda a classe da Segurança Pública do Estado”.
A foto com o soldado Parente é a que está na parte central da imagem ilustrativa desta matéria, no início da página.
Em 10 de setembro de 2020, o frei Robertinho completaria 100 anos de idade.
Uma vida entregue a Deus
Roberto entrou na ordem dos frades capuchinhos em 1934, aos 14 anos, e, em 1938, começou o noviciado em Esplanada, na Bahia. Em 1942 emitiu os votos solenes em São Luís, no Maranhão, e, em 1º de outubro de 1944, foi ordenado sacerdote no Santuário Coração de Jesus, em Fortaleza, cidade em que viveu seus últimos anos. Na casa que a congregação mantém na capital cearense, o frei Robertinho, ainda lúcido, dedicava tempo, até recentemente, a estudar e traduzir textos, além de rezar, celebrar a Eucaristia e ouvir confissões.
Ao longo da vida religiosa, ele foi assistente no seminário menor em 1945 e deu aulas de filosofia em diversos períodos entre 1946 e 1969, além de ter sido diretor dos estudantes de Filosofia em Guaramiranga e do curso científico em Parnaíba. Em diferentes cidades do Nordeste brasileiro, ele foi ainda vigário paroquial e pároco, bem como reitor do santuário São Francisco das Chagas e diretor do Colégio São Francisco, em Juazeiro. Fora do Brasil, chegou a passar um breve período como missionário em Angola, na África.
O quase centenário capuchinho mantinha uma vitalidade extraordinária: além da fidelidade à sua vida de oração e à celebração dos sacramentos, ele também costumava visitar doentes nos hospitais.
Vá com Deus, frei Robertinho! Que Ele o acolha no Seu Abraço Eterno de Pai.
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