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Opas alerta sobre impacto “desproporcional” de COVID-19 em indígenas e mulheres

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Agências de Notícias - publicado em 19/05/20

Mais de dois milhões de contágio e mais de 121.000 mortes foram registradas na segunda-feira nas Américas

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou nesta terça-feira sobre o impacto “desproporcional” da pandemia do COVID-19 sobre povos indígenas e mulheres nas Américas, colocando-os entre os grupos vulneráveis para os quais pediu proteção para colocar a região “no caminho da recuperação”.

“Estamos cada vez mais preocupados com os pobres e outros grupos vulneráveis com maior risco de doença e morte pelo coronavírus”, disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, destacando “grupos indígenas que vivem na Bacia Amazônica” e “mulheres em nossa região”.

A curva de contágio do novo coronavírus, relatado em dezembro na China e declarado pandemia em 11 de março pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cresce nas Américas depois de achatar ou cair no resto do mundo.

Mais de dois milhões de contágio e mais de 121.000 mortes foram registradas na segunda-feira nas Américas, “um aumento surpreendente de 14%” em relação à semana anterior, disse Etienne durante a videoconferência semanal da Opas, o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Etienne alertou sobre a situação na Amazônia, que abriga mais de 2.400 territórios indígenas em oito países: Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Guiana e Suriname.

O perigo é tanto em aldeias isoladas, com difícil acesso a serviços de saúde, quanto em cidades densamente povoadas, como Manaus, Iquitos e Letícia.

“Já confirmamos 20.000 casos de COVID-19 nas províncias que compõem a bacia amazônica, onde a incidência tende a ser o dobro, em comparação com outros estados dos mesmos países. Sem ação imediata, essas comunidades enfrentarão um impacto desproporcional”, advertiu.

Etienne lembrou que as populações indígenas estão expostas a altas taxas de insegurança alimentar, diabetes tipo 2 e doenças endêmicas como tuberculose e malária, “o que as torna mais propensas a sofrer o fardo dessa pandemia”.

Ela também pediu o cuidado com as mulheres, que considerou “afetadas desproporcionalmente pelo COVID-19”.

“As mulheres em nossa região enfrentam disparidades de renda, falta de acesso adequado aos serviços de saúde e são frequentemente sujeitas à violência de gênero. Além disso, as mulheres representam 70% da força de trabalho em saúde nas Américas”, disse.

Entre os grupos de risco para sofrer “discriminação estrutural” e “desigualdade racial” também incluíam populações negras na América Latina.

“Frequentemente, deixamos de priorizar a saúde e o bem-estar dos mais vulneráveis. Isso deve mudar se quisermos deter a disseminação da COVID-19 e, ao mesmo tempo, estarmos preparados para enfrentar futuras pandemias”, afirmou Etienne.

(AFP)

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