Aleteia logoAleteia logoAleteia
Quarta-feira 24 Abril |
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

Mundo se mobiliza para ajudar migrantes venezuelanos em meio à pandemia

VENEZUELA

Francisco Cádiz

Agências de Notícias - publicado em 26/05/20

A União Europeia (UE) e a Espanha, com o apoio das agências da ONU para os refugiados (Acnur) e de Migrações (OIM), convocaram a conferência de doadores

Em meio à luta contra o coronavírus, a comunidade internacional comprometeu nesta terça-feira 653 milhões de dólares em doações para ajudar os países da América Latina na recepção “generosa” de milhões de cidadãos que deixaram a Venezuela.

“Podemos nos orgulhar do que alcançamos”, enfatizou a ministra das Relações Exteriores da Espanha, Arancha González Laya, que especificou que a contribuição total, incluindo empréstimos, é de US$ 2,79 bilhões.

A União Europeia (UE) e a Espanha, com o apoio das agências da ONU para os refugiados (Acnur) e de Migrações (OIM), convocaram a conferência de doadores para responder aos chamados urgentes dos países da região.

A Venezuela vive uma grave crise socioeconômica, institucional e política desde 2015. Desde então, pouco mais de 5 milhões de pessoas abandonaram o país, em sua maioria para países vizinhos, segundo dados da ONU.

Nas palavras do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, “esta é a maior crise migratória da história recente da América Latina” e “globalmente, a maior depois da Síria”, um país envolvido em guerra civil.

“A América Latina e o Caribe responderam desde o início [da crise migratória] com solidariedade, hospitalidade e generosidade”, disse Antonio Vitorino, diretor geral da OIM, que pediu “estar à altura do desafio”.

No entanto, “a complexa situação do COVID-19 chegou a complicar essa situação”, nas palavras do ministro das Relações Exteriores do Peru, Gustavo Meza-Cuadra, que em outubro, junto com seus pares latino-americanos, já solicitou apoio internacional.

O desemprego gerado pelas medidas para conter a pandemia e o temor de ser alvo de discriminação fizeram com que centenas de migrantes decidissem voltar ao seu país, apesar das restrições na fronteira.

Jutta Urpilainen, comissária europeia da Associação Internacional, pediu em declaração ao jornal El País o apoio aos países de acolhida de migrantes “para que seus cidadãos não sintam que estão lhes tirando nada”.

A “atual migração de venezuelanos que entram e saem”, juntamente com o “êxodo em massa”, “agrava o risco de o vírus se espalhar para além da Venezuela”, alertou a ONG Human Rights Watch e a universidade Johns Hopkins

– “Estratégia de distração” –

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, explicou ao canal Euronews que 80% dos venezuelanos dependem do dinheiro que ganham diariamente ou da economia informal, muito afetada pela pandemia.

Acnur e a OIM estimam que a Colômbia precisará, por exemplo, de US$ 782 milhões em 2020 para os migrantes e comunidades de acolhimento, mais do que o Equador (208 milhões), Peru (149), Brasil (88) e Chile (35 milhões).

Os ministros destes países, que hospedam quase três quartos dos venezuelanos deslocados, farão um discurso no início da conferência, onde participarão Estados Unidos, Japão e países europeus, entre outros.

(AFP)

Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia