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Documentário conta a trajetória meteórica do vocalista do INXS

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FABRICE COFFRINI / KEYSTONE / AFP

Octavio Messias - publicado em 28/05/20

Mystify: Michael Hutchence chega ao Netflix

Acaba de estrear no Netflix o documentário Mystify: Michael Hutchence, de Richard Lowenstein, que narra a montanha-russa de altos e baixos que foi a carreira do vocalista do INXS, a segunda maior banda australiana da história, com mais de 60 milhões de discos vendidos no mundo, atrás apenas do AC/DC. 

Com um acervo rico de fotos raras, vídeos caseiros e depoimentos de amigos e familiares, o longa começa mostrando a infância feliz do músico, uma criança doce em um lar afetuoso, com inclinação artística, e o início meteórico do INXS nas casas de show australianas até serem descobertos pelas grandes gravadoras em 1980. A banda explodiu com singles de sucesso como Mystify, Disappear e Beautiful Girl, tocando em arenas, com porte equiparável ao do U2. 

O filme, dirigido por Richard Lowenstein, que já assinou a direção de mais de 20 videoclipes da banda, narra a montanha-russa de altos e baixos que foi a carreira do vocalista do INXS lança um olhar do artista por trás do sucesso, não só por expor conflitos íntimos de relacionamentos com a cantora, também australiana,  Kylie Minogue, a modelo Helena Christensen, e a apresentadora de TV Paula Yates, com quem formou uma família, como por lançar luz ao seu ímpeto criativo, no cuidado com os arranjos e melodias à musicalidade dos refrãos, com forte influência do soul norte-americano, passando pelo magnetismo no palco. 

Em uma entrevista, o vocalista revela ter criado diferentes personas para lidar com um sucesso, com a imprensa e com as grandes multidões nos palcos. O documentário retrata como Hutchence se sentia menosprezado enquanto artista, com receio de ser mais um entertainer com um rosto bonito e de a sua obra não ter o devido reconhecimento. 

Os anos de ouro começaram a chegar ao fim em 1992, quando Hutchence foi agredido por um taxista em Copenhagen e bateu a cabeça no meio-fio, o que deixou sequelas graves em seu cérebro, como perda de olfato e de paladar. Nesta passagem, a neurocientista Dra. Rachel Herz explica como o olfato é um sentido importante na nossa orientação, contribuindo com a formação de novas memórias.  

A partir daí, o músico passou a apresentar comportamento instável, o que prejudicou o relacionamento com os membros do INXS, e motivou decisões equivocadas, como uma turnê tocando em pequenos clubes na metade dos anos 90, o que atrapalhou com que a banda voltasse a se apresentar em arenas. A má recepção ao disco Elegantly Wasted (1997) contribuiu com o quadro depressivo do músico, que naquele ano tirou a própria vida.

O filme deixa um registro aprofundado de uma banda atípica no pop dos anos 80 e 90 – que permaneceria na ativa até 2012 – e de um artista único, cujo legado segue a embalar e animar gerações 40 anos depois.  

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