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Papa: temos de sair desta crise mais unidos, e não divididos

POPE ANGELUS

Antoine Mekary | ALETEIA

Reportagem local - publicado em 31/05/20

"Não se esqueçam: Jesus nunca se cansa de perdoar. Somos nós que nos cansamos de pedir perdão"

O Papa Francisco fez hoje um apelo à união para superar a crise decorrente da pandemia do novo coronavírus.

O Papa afirmou que todos temos necessidade da luz e da força do Espírito Santo neste momento.

“A Igreja tem necessidade disso, para caminhar concorde e corajosa, testemunhando o Evangelho; e disso tem necessidade toda a família humana, para sair desta crise mais unida e não mais dividida”, disse o Papa.

Vocês sabem que de uma crise como esta não sai iguais, como antes; se sai ou melhores ou piores. Que tenhamos a coragem de mudar, de ser melhores, de ser melhores do que antes e de poder construir positivamente o pós-crise da pandemia.

Francisco pronunciou essas palavras ao rezar a oração dominical com os fiéis na praça de São Pedro. Foi o reencontro do Papa com os peregrinos e a praça, que estava fechada desde o início de março.

“Queridos irmãos e irmãs, bom dia! Agora que a praça está aberta, podemos voltar. É um prazer!”, disse ao início o Papa Francisco.

O Evangelho de São João proposto pela liturgia do dia inspirou a alocução do Santo Padre.

A leitura “nos remete à noite da Páscoa e mostra-nos Jesus ressuscitado que aparece no Cenáculo, onde os discípulos haviam se refugiado. Pôs-se no meio deles e disse-lhes: A paz esteja convosco!”

Estas primeiras palavras pronunciadas pelo Ressuscitado: “A paz esteja convosco” – explicou o Papa – devem ser consideradas mais do que uma saudação:

Expressam o perdão, o perdão concedido aos discípulos que, para dizer a verdade, o haviam abandonado. São palavras de reconciliação e de perdão. E também nós, quando desejamos paz aos outros, estamos dando o perdão e também pedindo perdão. Jesus oferece sua paz precisamente a esses discípulos que têm medo, que custam a acreditar no que viram, ou seja, o sepulcro vazio, e subestimam o testemunho de Maria Madalena e das outras mulheres. Jesus perdoa, perdoa sempre, e oferece sua paz aos seus amigos. Não se esqueçam: Jesus nunca se cansa de perdoar. Somos nós que nos cansamos de pedir perdão.

Assim, ao perdoar e reunir os discípulos ao seu redor, “Jesus faz deles uma Igreja, a sua Igreja, que é uma comunidade reconciliada e pronta para a missão. Quando uma comunidade não é reconciliada, não está pronta para missão”.

O encontro com o Senhor ressuscitado dá uma reviravolta na existência dos apóstolos e os transforma em testemunhas corajosas.

O Papa falou então sobre a alegria da ressurreição.

A alegria da ressurreição é grande, mas é uma alegria expansiva, que não deve ser retida para si. No domingo do Tempo Pascal, ouvimos pela primeira vez esse mesmo episódio, após o encontro com os discípulos de Emaús, portanto o bom Pastor, os discursos de despedida e a promessa do Espírito Santo: tudo é orientado para fortalecer a fé dos discípulos – e também nossa – em vista da missão.

E precisamente para animar a missão – disse o Papa –  que Jesus dá aos Apóstolos seu Espírito: “Soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo””:

O Espírito Santo é fogo que queima os pecados e cria homens e mulheres novos; é fogo de amor com o qual os discípulos poderão “incendiar” o mundo, aquele amor de ternura que privilegia os pequenos, os pobres, os excluídos … Nos sacramentos do Batismo e da Confirmação recebemos o Espírito Santo com seus dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade, temor de Deus.

Este último dom em particular, enfatizou o Santo Padre –  “é precisamente o oposto do medo que antes paralisava os discípulos: é o amor pelo Senhor, é a certeza da sua misericórdia e da sua bondade, é a confiança de poder seguir na direção por Ele indicada, sem que nunca nos falte sua presença e seu apoio”:

A festa de Pentecostes renova a consciência de que em nós habita a presença vivificante do Espírito Santo; Ele também nos dá a coragem de sair fora dos muros protetores de nossos “cenáculos”,  dos grupinhos, sem recostar-nos na vida tranquila ou fechar-nos em hábitos estéreis. Elevemos então nosso pensamento a Maria, ela estava ali, com os apóstolos, quando veio o Espírito Santo,  protagonista com a primeira comunidade da admirável experiência de Pentecostes, e peçamos a ela para que obtenha para a Igreja o ardente espírito missionário.

(Com Vatican News)

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