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Religioso brasileiro de 28 anos morre de Covid-19 por ajudar os mais pobres

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Facebook irmaostocadeassisfortaleza (Fair Use)

Aleteia Brasil - publicado em 02/06/20

O Irmão Simplício, da Comunidade Toca de Assis, foi para as ruas servir a quem estava em situação de abandono na pandemia

O jovem Rodolfo Costa Pimentel, que adotou o nome de Irmão Simplício José do Menino Jesus ao fazer os votos religiosos em 2016 na Comunidade Toca de Assis, faleceu no último dia 29 de maio em decorrência da Covid-19, depois de se doar inteiramente a Deus no serviço dos mais pobres, em particular das pessoas que vivem pelas ruas em situação de abandono, agravada nesta pandemia.

O prior da comunidade no Rio de Janeiro, Irmão Francisco, informou que o Irmão Simplício estava na missão de Fortaleza, Ceará, quando começou a emergência sanitária. Quando descobriu que ele próprio tinha contraído o coronavírus, sua situação de saúde já estava muito comprometida. O jovem religioso passou vários dias entubado, respirando por aparelhos, e chegou a precisar de hemodiálise.

Antes de ficar inconsciente, o Irmão Simplício enviou uma mensagem de áudio para alguns amigos, na qual citava uma tocante frase de São Vicente de Paula:

“É um privilégio morrer pela causa dos pobres, pois eles nos abrirão as portas do céu!”

No dia da sua profissão religiosa, o Ir. Simplício recordou dois sonhos que tinha na infância: ser coroinha e fazer a primeira comunhão. Depois de realizar os dois aos 8 anos, ele começou a se dedicar cada vez mais à Igreja e aos moradores de rua. Ele contou:

“Ainda dentro da minha paróquia, o Senhor já havia me chamado a mostrar aos outros jovens o quanto a nossa liturgia é bela. Conheci a Toca de Assis com 12 anos, mas só pude fazer o vocacional com 15 anos, que era a idade permitida. Eu sempre tive uma aptidão muito grande pela Igreja. Pensava em ser padre, pois não sabia muito bem que era possível ser frade ou ser consagrado. Então, quando conheci a vida consagrada, me encantei; e em meio a esse desejo vocacional eu descobri a Fraternidade da Toca de Assis. Ainda fora, acompanhei e vivenciei o carisma porque participava dos eventos, das adorações e das pastorais de rua. Ao completar 18 anos, entrei para a fraternidade (…) Deus pedia algo a mais para mim, e esse algo a mais era doar minha vida por inteiro. Eu tinha a necessidade de morar com Jesus, não apenas de ir à Igreja. Então a Toca e a vida consagrada são uma grande realização desse sonho. Morar com Deus, adorar a Jesus no Santíssimo Sacramento e cuidar dos seus pobres nas ruas foi o meu desejo inicial, e é o desejo que quero para sempre. A nossa missão na Toca de Assis é adorar a Jesus e depois chegar ao coração do pobre, que é Ele mesmo disfarçado”.

O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal dom Orani Tempesta, enviou à comunidade uma mensagem de solidariedade pelo falecimento do jovem:

“Ao conhecer o Irmão Simplício, agradeço a Deus pelos grandes exemplos que temos hoje. Peço que cada vez mais estes sinais apareçam na sociedade, apareçam para a Igreja e que possamos agradecer a Deus por estes homens e mulheres que dedicam a sua vida ao Senhor e aos mais necessitados”.

O Papa Francisco, aliás, bem recordou este fato:

“O vírus, se sabe, atinge todos, sem diferença de nacionalidade nem pertença religiosa ou social, mas são os pobres que pagam e pagarão no futuro o preço mais alto”.

SR SIENNA

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