Jesus nunca teve um coração dividido, foi sempre manso, humilde e fiel ao PaiVivemos experiências diferentes e inimagináveis de igrejas fechadas e Missas privadas. Confesso que como padre foi uma experiência difícil e diferente. Mas, ao mesmo tempo louvo a Deus, porque lá atrás colocamos uma TV e uma Rádio no ar e, por isso, pudemos estar na sua casa, e foi possível viver todo esse tempo, talvez não de forma ideal, mas de forma real.
A realidade mundial mudou e nunca mais será a mesma, por isso, continuemos agindo conforme as orientações das autoridades, e como Santo Inácio recomendou: “Fazei tudo como se o sucesso dependesse unicamente de você. Mas, fique sabendo que quem nos dá o sucesso é Deus”!
Temos muitas celebrações para o mês de junho. Nossos queridos Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo e o dia de Corpus Christi, que não podemos deixar de exaltar o Corpo e o Sangue de Cristo, alimento para a vida eterna. Muitos, nesse tempo de pandemia, por meio da dor e saudade de Jesus Eucarístico, aumentaram o amor e deram o devido valor ao Sacramento da Comunhão.
Mas, é o Sagrado Coração de Jesus que quero destacar mais uma vez. Diante do que temos vivido, para que esse tempo de crise e sofrimento causado pelo coronavírus alcance um sentido e não se torne apenas um fato a fazer parte da história, para que possamos construir um mundo novo, precisamos ter os mesmos sentimentos do Coração de Jesus.
Não conseguiremos deixar Deus nos transformar em novas criaturas se nossos corações estiverem divididos entre Ele e as seduções do mundo. Por isso, devemos procurar seguir o exemplo de Jesus, que em tudo fez a vontade do Pai, vivendo o novo mandamento que Ele nos deixou: “Amar a Deus com toda a nossa alma e ao próximo como a nós mesmos” (Mt 22,37-39).
No Coração de Jesus encontramos o sentido do nosso ser e, para isso, precisamos configurar a Ele. Somente a partir do conhecimento de Jesus é que progredimos no conhecimento de nós mesmos, e da vontade de Deus para nós, e assim podemos nos reconstruir e caminhar para a santidade. Pois, conhecer é pertencer de tal forma ao Senhor ao ponto de sentir como São Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim” (cf. Gl 2,20).
Jesus nunca teve um coração dividido, foi sempre manso, humilde e fiel ao Pai. Ninguém se mantém de pé quando há divisão. Quando o demônio divide, ele nos enfraquece, faz isso em todas as áreas e ambientes da nossa vida, até na Igreja.
Assim, com o olhar na vida de Jesus, mergulhados em Seu Coração, vamos aprendendo a plenitude do amor. É Jesus o grande mestre do amor. Ele não foi escarnecido e humilhado porque gostava de sofrer, mas sim porque nos ama. Somente, n’Ele e com Ele aprendemos verdadeiramente a amar e aprofundar as duas maiores virtudes do Seu Sagrado Coração: Mansidão e Humildade.
Mansidão que não é covardia, mas sim, confiança. Ela é força do Espírito Santo. Os mansos são caridosos, se abrem aos outros, não se fecham em si mesmo. São sensíveis e se entregam inteiramente às mãos de Deus.
Os humildes sabem o seu lugar, não têm medo de se humilharem para que a vontade de Deus se manifeste. São felizes porque não confiam demasiadamente em si mesmos, mas confiam inteiramente no Senhor.
Que sejamos tocados e nos deixemos ser lavados pelo sangue e pela água que jorra do Coração transpassado de Jesus e que, assim, transbordados pelas graças derramadas por Ele, tenhamos um novo tempo, de solidariedade, de harmonia, paz, justiça e uma experiência verdadeira com o Senhor.
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