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Prestes a ser beatificado o sacerdote martirizado pelo Estado Islâmico no Iraque

WEB3-TOMB OF IRAQI MARTYR FR. RAGHEED GANNI IN KAREMLASH, IRAQ- TWITTER BENEDICT KIELY

Twitter Benedict Kiely‏

Reportagem local - publicado em 05/06/20

“Já mandei fechar a igreja!”, gritou o jihadista, jogando o padre no chão. Ele respondeu: “Mas como vou fechar a casa de Deus?”. E foi morto em nome da fé.

Sua causa de beatificação foi aberta em 2018. O processo diocesano já foi concluído no Iraque em 27 de agosto de 2019, com o reconhecimento oficial do martírio. A Igreja Católica já o reconhece como Servo de Deus. Nesta semana, em 3 de junho, o martírio dele completou 13 anos.

O pe. Ragheed Ganni já tinha recebido várias ameaças de morte, mas, apesar do temor natural, nunca abandonou a sua missão junto ao rebanho de fiéis que tinha sido confiado a ele no Iraque. Dias antes do seu martírio, ele tinha escrito a um amigo:

“Todos os dias esperamos o ataque decisivo, mas não deixaremos de celebrar a missa”.

Foi da vivência eucarística intensa que ele conseguiu a fortaleza para resistir, firme na fé, até entregar a vida. No Congresso Eucarístico italiano de 2005, ele tinha afirmado:

“Algumas vezes, eu mesmo me sinto frágil e cheio de medo. Quando tenho a Eucaristia nas mãos e digo ‘Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo’, sinto em mim a Sua força: eu tenho nas mãos a Eucaristia, mas na realidade é Ele quem tem a mim e a todos nós; é Ele quem desafia os terroristas e nos mantém unidos no Seu Amor sem fim”.

Terroristas muçulmanos o intimidavam com brutalidade para fechar a paróquia. Mas o padre se negava sempre.

Até que o dia da grande provação chegou.

“Mas como vou fechar a casa de Deus?”

p ragheed

Era 3 de junho de 2007.

O pe. Ragheed ia saindo da igreja depois de celebrar a Eucaristia dominical. Estava acompanhado por três subdiáconos: Basman Yousef, Gassam Isam Bidawed e Wahid Hanna Isho. Foi quando um bando de homens armados apareceu.

A mulher do subdiácono Gassam Isam Bidawed estava presente. É dela o testemunho ocular do que aconteceu em seguida:

“Um dos assassinos gritava para o padre Ragheed: – Eu já mandei fechar a igreja! Por que você não fechou? Por que você ainda está lá? Ele respondeu com simplicidade: – Mas como é que eu posso fechar a casa de Deus? Eles o jogaram no chão. O padre Ragheed só teve tempo de me fazer um sinal com a cabeça para que eu escapasse. Eles abriram fogo e mataram os quatro”.

Depois de assassiná-los, os terroristas ainda colocaram explosivos sobre os seus corpos.

Apesar de toda a covardia das ameaças, mais de duas mil pessoas fizeram questão de participar do funeral.

O sacerdote e os três subdiáconos foram declarados mártires pela Igreja católica caldeia.

Por ocasião deste aniversário do assassinato do pe. Ragheed, o Vatican News conversou nesta semana com o pe. Rebwar Basa, que foi aluno dele em Teologia Ecumênica na Universidade de Bagdá. O pe. Rebwar sintetizou:

“Ele foi um autêntico mártir da Eucaristia”.



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