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Crise de meia-idade: momento ideal para você avaliar suas escolhas

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Mathilde de Robien - publicado em 08/06/20

A meia-idade não precisa ser um período difícil, encare-a como uma época alegre, de revisão dos rumos que a sua vida tomou

Existem muitos elementos que podem dar início à temida “crise da meia-idade” – nossos filhos se tornando adolescentes ou saindo de casa, nossos corpos mostrando sinais de envelhecimento, nossas vidas parecendo obsoletas e rotineiras.

Segundo a conselheira de família e escritora francesa Florence Leroy, longe de ser algo horrível, no entanto, esse período pode ser uma oportunidade para vivermos mais em sintonia com a pessoa que somos hoje.

Uma nova relação com o nosso corpo

Primeiro, há sinais físicos de que as coisas estão mudando. A aparência de cabelos grisalhos, rugas ou uma barriga um pouco mais arredondada é um lembrete de que o tempo está passando.

“Algumas pessoas encaram isso filosoficamente; outros acham que estão virando uma esquina. Alguns afogam suas preocupações nos esportes e nos cuidados com o corpo, enquanto outros aceitam essas mudanças como normais ”, diz a conselheira.

Leroy pede que as pessoas aceitem seus corpos e se libertem da obsessão atual de terem de parecer jovens a todo custo. Ela vê essa transição como um período da vida “onde você pode aprender a amar a si mesmo como você é e a receber suas rugas como prova de sua rica experiência. Um momento em que você pode parar de exercer pressão sobre sua aparência e reconhecer que o ser tem muito mais valor.”

Uma nova relação com o tempo

A meia-idade é aquele momento peculiar em que o desejo de viver outra vida ainda é possível, com a triste sensação de que a contagem regressiva já começou. Para Leroy, esse tempo pode ser comparado a uma colheita: “Você investiu muita energia na criação de uma família, na carreira e na formação de um grupo de amigos. As coisas podem parecer resolvidas, indo bem. Mas esse também é o momento em que surge a pergunta: ‘O que fazemos agora?’. É quando chega a hora de fazer um balanço: ‘Escolhi o emprego certo, os amigos certos, a esposa certa ou o estilo de vida certo? Minha vida está alinhada com os valores que considero importantes? Sou um bom pai ou boa mãe para meus filhos? Eu passei meus valores para eles?’. Essas são perguntas que nos permitem corrigir ou melhorar, se necessário”.

Revise suas escolhas profissionais

A meia-idade também é um bom momento para recordar nossa vida profissional e nos perguntar. A escritora diz que, nesta fase da vida, você tem que fazer as seguintes avaliações: “Eu ousei construir um lugar para mim, de acordo com quem eu sou? Tenho feito escolhas para estar em conformidade com as expectativas dos outros? Eu me deixei levar pela vida e pelas oportunidades, ou fiz escolhas para construir a carreira que mais me convém? Quando meus filhos eram pequenos, escolhi um emprego que oferecesse flexibilidade e liberdade para que eu pudesse cuidar deles; ou, pelo contrário, trabalhei tanto que agora sinto que perdi minha vida familiar? Tentei equilibrar minha vida privada e profissional, arriscando o esgotamento?.”

Leroy convida as pessoas a fazer um balanço. “Trabalho é salário e reconhecimento. Mas e seus valores, seus talentos? Se seus filhos agora são independentes, talvez seja hora de pensar no que é realmente importante para você”.

Avalie seu casamento

Depois de 15 ou 20 anos morando juntos, também é um bom momento para os casais verem até onde chegaram: “O que aprendemos juntos? Em que podemos construir para continuar nossa jornada juntos? Quais são nossos talentos respectivos e comuns? Quais são os pontos que não queremos deixar passar na maneira como criamos nossos filhos? Que aventuras ou projetos queremos realizar juntos? Que estilo de vida imaginamos quando nossos filhos saem de casa?”.

Obviamente, essa avaliação não leva necessariamente a mudanças radicais: “Esse questionamento, às vezes, leva a ajustes simples, especialmente quando nossas principais escolhas de vida no passado foram as corretas”, explica a Dra. Françoise Millet-Bartoli, psiquiatra, psicoterapeuta e escritora.

Fazer essas perguntas é uma oportunidade de crescer em maturidade, coerência e riqueza interior, para que possamos fazer com que os anos da meia-idade e os próximos sejam ainda melhores.

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