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Vaticano descobre novo escândalo financeiro e toma medidas

Le dôme de la Basilique Saint-Pierre, au Vatican.

Fabianodp / Shutterstock

Reportagem local - publicado em 08/06/20

Financista é preso por irregularidades na compra de um prédio em Londres: as acusações são extorsão, peculato e fraude

O financista Gianluigi Torzi, que atuou como intermediário para devolver à Secretaria de Estado a propriedade de um imóvel em Londres, foi preso na tarde da sexta-feira 5 de junho no Vaticano: as acusações são extorsão, lavagem de dinheiro e fraude.

O Gabinete do Promotor de Justiça do Tribunal do Vaticano, após um longo interrogatório, decidiu prender o financista.

Torzi está sob custódia nas instalações da Guarda do Estado da Cidade do Vaticano. A medida foi assinada pelo promotor de justiça Gian Piero Milano, conhecido por ter atuado no processo do Vatileaks.

Torzi deveria assessorar a Santa Sé na compra de um prédio em Londres, na Sloane Avenue. Essa transação se tornou um objeto de perda econômica para o Vaticano. A imprensa italiana estima em 18 milhões de euros.

Eventos relacionados à venda da propriedade em Londres também envolveram uma rede de empresas nas quais alguns funcionários da Secretaria de Estado estavam envolvidos.

Torzi é acusado de extorquiar a Santa Sé em 15 milhões de euros. A agência italiana ASKA afirma que Torzi não tinha escrúpulos.

A investigação continua. O réu é acusado de vários episódios de extorsão, peculato, fraude agravada e lavagem de dinheiro, crimes pelos quais a lei do Vaticano prevê sentenças de até doze anos de prisão.

A compra do prédio em Londres foi feita através do Athena Global Opportunities Fund, de Rafaele Mincione. Os 200 milhões de dólares investidos pela Secretaria de Estado do Vaticano por meio desse fundo também acabaram em investimentos no mercado de ações.

Torzi teria cobrado cerca de 15 milhões de euros por seu trabalho como intermediário em uma operação de cerca de 177 milhões de euros.

Toda essa investigação começou porque a Secretaria de Estado, para pagar o dinheiro a Torzi, precisa pedir um desembolso ao IOR (Banco do Vaticano), que a autoridade de controle interno considerou ‘inadequado’, motivo pelo qual a denúncia foi feita às autoridades judiciais do Vaticano.

Torzi ainda foi acusado de exigir um pagamento “extra” que não era justificado financeiramente por seus serviços.

Como o próprio Mincione revelou em uma entrevista ao Il Corriere della Sera, o único investidor no fundo é o Vaticano.

Os advogados de Torzi dizem que este é “um enorme mal-entendido”. Os advogados Ambra Giovene e Marco Franco, representantes de Torzi, comentaram sobre isso.

“Não há dúvida, de fato, que Gianluigi Torzi permitiu que a Secretaria de Estado do Vaticano recuperasse uma propriedade de prestígio em Londres, cujo enorme valor corria o risco de se perder”.

Segundo os advogados, o acusado “nunca teve a intenção de agir contra os interesses da Santa Sé e, desde o início desta investigação, por meio de seus defensores, mostrou disposição constante em relação aos investigadores para reconstruir os fatos através da produção de dezenas de documentos”.




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