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Conto inédito de Ernest Hemingway é publicado após 60 anos

ERNEST HEMINGWAY

Wikipedia | Domena publiczna

Octavio Messias - publicado em 16/06/20

Pursuit as Happiness saiu na revista norte-americana The New Yorker e integrará nova edição de O Velho e o Mar

Poucas coisas dão a um leitor tanta alegria quanto uma nova obra do seu autor favorito, que dirá de um conto inédito publicado quase sessenta anos após a morte deste escritor? É o que os fãs do cultuado autor norte-americano e vencedor do prêmio Nobel de Literatura Ernest Hemingway (1899-1961) sentiram na pele com a publicação do conto Pursuit as Happiness (“Busca como Felicidade”, em português), desconhecido até então, em uma edição do começo do mês da revista The New Yorker: https://www.newyorker.com/magazine/2020/06/08/pursuit-as-happiness

O público de nada sabia a respeito dessa história, nem se trata-se de um conto propriamente dito ou não, uma vez que narra eventos pelos quais Hemingway poderia ter passado, com personagens reais com os quais ele conviveu, em atmosfera semelhante à de O Velho e o Mar (1951) – o manuscrito póstumo, inclusive, será publicado no mês que vem pela editora Scribner em uma edição de luxo do romance clássico que foi citado em sua nomeação ao prêmio Nobel de literatura de 1954.

Não é a primeira vez que um texto póstumo do autor é publicado, alguns mesmo contra sua vontade, como o aclamado Paris É uma Festa (1964) e As Ilhas da Corrente (1970). Pursuit as Happiness, batido à máquina e com correções à mão,foi encontrado por seu neto, Sean, em meio à coleção reunida na Biblioteca e Museu Kennedy, em Boston, o principal acervo com o legado de Hemingway no mundo, e o herdeiro nem sabe dizer se é ou não ficção.

O conto trata da história da perseguição a um merlim gigante pela costa de Cuba, mote semelhante ao de O Velho e O Mar, com protagonista chamado Ernest. Seu principal adjuvante, Josie, o dono do barco, é homônimo ao principal companheiro de Hemingway em suas viagens de pesca.

“Certamente é possível que a história tenha sido inspirada por uma expedição de pesca em particular no verão de 1933, quando o conto se passa, mas em minha opinião é mais possível de ter sido inspirada em diversas experiências, às quais o autor adicionou elementos ficcionais para melhorar a narrativa”, disse Sean Hemingway, em entrevista à The New Yorker.    

Hemingway era o tipo de escritor que utilizava a linguagem como forma de capturar a experiência direta. Para isso, se colocava no papel de viver intensamente e retratar suas experiências por meio da prosa. E o que não faltaram foram aventuras a relatar, como sua temporada como motorista de ambulância na Primeira Guerra Mundial, como repórter cobrindo a Guerra Civil Espanhola – o que rendeu o romance Por quem os Sinos Dobram (1940) – e depois a Segunda Guerra Mundial ou seus safáris na África, que o levaram a sobreviver a dois acidentes de avião. 

Pursuit as Happiness é muito mais do que uma sobra, um texto inacabado ou uma obra inacabada. Traz um Hemingway faminto, tanto por pescar quanto por escrever.

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