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Acabe com a pandemia dentro de você antes que ela te mate

COVID

Zigres | Shutterstock

Hozana - publicado em 03/07/20

Aprenda a não fazer de sua vida uma pandemia, porque o destino dela nós sabemos qual é

Parece até que estamos vivendo o “apocalipse”, com as previsões do fim do mundo feitas pelos especialistas de plantão. Estão contando as luas de sangue, observando as nuvens de gafanhotos, terremotos, a pandemia… tudo parece indicar o fim. As mensagens do anúncio do fim vêm pelas redes sociais, na boca do povo, nos noticiários em forma de tragédias, de todos os lugares. O importante é anunciar: “o fim está próximo”.

Então é verdade que chegou o fim? Podemos ler em diversos trechos nas Sagradas Escrituras sobre o fim do mundo. Uma destas passagens está em Mateus 25, 31-46 e acredito ser o melhor trecho para responder a estas perguntas. Mas antes de avançar para o fim do mundo vamos desconectar do mundo para observar a nossa vida, porque ela também está acabando.

Foi o que eu pensei quando olhei tantas previsões e alertas sobre o fim dos tempos. Quantos anos tem o mundo? Desde quando ele foi criado, quantos profetas anunciaram o seu fim? Muitos não é? Todos eles estão certos, caso contrário o livro do Apocalipse não existiria. O próprio Deus através de seu Filho nos revelou como seria. O problema é que ninguém sabe o dia. Foi então que obtive uma certeza: eu não sei o dia do fim do mundo mas eu posso calcular o fim do meu mundo.

O meu mundo é a rede de relacionamento que possuo. Um mundinho só meu. Minha família, meu marido, filhos, cachorro, computador, trabalho, religião e tudo o mais que eu quiser colocar nele. Tem também os sonhos, o que realizei e o que tirei da lista de desejos. As amizades conquistadas e as decepções. Os traumas, as intrigas, alegrias e tristezas. Os cheiros… o que lembra a casa da vovó, o que não posso nem sentir.

O meu mundinho de esquecimento do próximo, das palavras que disparo sem pensar, das boas e das más atitudes. Eu sou o centro do meu mundo, e ele está acabando. A energia está acabando, o açúcar consumido foi detonando com meu corpo, as gorduras, as estrias, as rugas, os cabelos brancos que vão chegando, a perda lenta da visão, o corpo vai ficando pouco e aos poucos eu vou acabando (aos poucos chega ser otimista demais, talvez melhor seria “aos muitos”).

Todos estes maus hábitos parecem bons quando eu olho para dentro do meu mundinho que está acabando. Porque o importante é satisfazer as minhas vontades pois isso traz muito prazer. É bom demais comer e beber o que gosto e é óbvio, tudo o que me traz dor eu tento fugir ao máximo. Por que cruz? Eu não sou masoquista. Gosto de estar bem, eu não mereço passar por tragédias! O importante é ser feliz no tempo que me resta! E quanto tempo me resta?

Eu já vivi quase 40 anos, a média de vida da população brasileira está em torno de 75. Então, tenho praticamente 35 anos para viver, isso se eu não morrer amanhã ou daqui há 5 dias ou daqui a um mês, “só Deus sabe”. Ah… Deus! Será que no meio de todas as minhas vontades eu observei Deus em algum lugar dentro do meu mundinho? Porque é tanto lixo que tem nele, é tanta poluição que está difícil enxergar. A água já não serve para consumo e o ar está tóxico.

Isso tudo porque o que eu consumia para me satisfazer não tinha utilidade. Tudo o que a gente faz se transforma em algo útil ou em lixo. Os alimentos se transformam em energia para manter-me viva e o que meu corpo não usa vai se transformar em algo (não muito agradável). Quando eu recebi meu salário transformei em serviços estéticos para ficar bela, mas depois que envelheci e a pele ficou flácida. Cada objeto que usei trouxe um retorno para mim e isso se acumulou dentro do meu mundo. Agora não cabe muita coisa, somente lixo e algumas coisas boas.

A pandemia foi a cereja do bolo dentro do meu mundo. Comecei a consumir as previsões do fim dos tempos e todas as coisas que os “especialistas” diziam sobre a doença que ninguém controla. Os médicos que achavam ter a solução para a vida não sabem o que fazer. Talvez então quem criou a vida saiba dizer o que está acontecendo. E todos nós podemos dizer: “só Deus!”. Ou eu acabava com aquela pandemia dentro de mim ou eu iria rapidamente definhar e morrer.

Comecei a limpeza. Desintoxicação, higienização mental e reciclagem. Se tudo que se consome se transforma em algo, eu precisava escolher bem o insumo. Porque ficou óbvio, claro como um dia sem nuvens: Deus nos criou e está nas mãos dEle o fim, por isso eu precisava encontrá-Lo dentro do meu mundo. A limpeza por dentro foi necessária para enxergar vários mundos que haviam do lado de fora. Eu literalmente “sai da caixinha”: precisava ordenar as minhas vontades enlouquecidas.

A pandemia já não estava me fazendo tão mal. Incrivelmente posso dizer que estava fazendo bem! Era triste ver tanta gente morrer pois estamos ainda vivendo estes tempos. Muita gente continua sofrendo e muitas ainda irão morrer, ou não, só Deus sabe! Impressionante como os meus medos estavam se acabando, simplesmente porque sai do meu mundo para viver no mundo que Deus me criou. Até porque, Ele não está preocupado com este mundo. Lembra do nosso trecho de Mateus? Você leu? Então corre lá e leia!

Deus de sua glória observou este mundo estragado e viu que ninguém estava entendendo o que Ele queria. Mandou vários profetas para alertar, e nada. Então Ele mesmo resolveu agir, pelo seu Filho se fez Homem para viver as nossas misérias (mas na santidade perfeita, claro), e mostrou com suas ações como que devemos ser. Falou do fim, falou de como será o julgamento, voltou pro céu novamente junto do Pai e nos enviou (e continuar a enviar) o seu amor infinito (o Espírito Santo) para que nós possamos ter força de fazer o que Ele fez (ou pelo menos tentar) e assim também poder contemplar a glória do céu.

Nossa meta é o céu! Esquece esse mundo! Só que não vai querendo chegar lá antes da hora! Tem uma missão a cumprir. Jesus teve, os apóstolos, tantos outros santos e santas desconhecidos, pessoas simples ou muito famosas. Todos temos uma missão. E eu querendo ser o deus do meu mundinho? Essa pandemia não é nada! Eu não sou nada! Fazer as minhas vontades não vai resolver nada! E tudo o que eu sofrer nesta terra não é nada para pagar todo o desgosto de querer fazer do meu jeito e destruir a vida que Deus criou em mim.

Quanto mais eu tento retirar de mim as minhas vontades para fazer a vontade divina, mais purificado fica o meu mundo que aos poucos vai deixando de existir, para reinar apenas um. Eu só desejo que você NÃO faça da sua vida uma pandemia! Porque o destino dela nós sabemos qual é. Eu espero que você veja a grandiosidade que uma vida de santidade pode fazer na alma humana. Não espere nada deste mundo, pois este mundo em que vivemos é uma simples escada para um mundo infinitamente belo que contemplaremos no céu.

“Não esqueçamos nunca que somos nada, e nada possuímos em próprio senão o pecado que a Justiça quer que nos abaixemos entre todas as criaturas e que no Reino de Jesus Cristo, os primeiros são os últimos e os últimos são os primeiros.” (Imitação de Cristo Livro I, Cap. 2)

Mais um conselho? Existe uma comunidade de oração na rede social Hozana que reúne orações para nos ajudar nesse exato cenário em que estamos vivendo: ela nos ajuda a acalmar o coração e alma e aumentar ainda mais a nossa fé. Para fazer parte, basta clicar aqui.

Por Marcela Buback Del Antonio, do Hozana 




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