“Vivem uma situação de ataques contínuos de terroristas, insurgentes e milícias, que, em alguns casos, atingem níveis de autêntica perseguição criminal”É uma promessa. O presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE), Cardeal Jean-Claude Hollerich, prometeu defender junto da União Europeia os cristãos perseguidos na Nigéria.
Numa carta enviada à Comissão Episcopal da Nigéria, o presidente da COMECE enfatiza o compromisso dos prelados europeus na defesa da comunidade cristã do país africano, pedindo para isso a assistência e cooperação da União Europeia.
O Cardeal Jean-Claude expressou na missiva, divulgada no final da semana passada, solidariedade para com as comunidades cristãs, dizendo que “vivem uma situação de ataques contínuos de terroristas, insurgentes e milícias, que, em alguns casos, atingem níveis de autêntica perseguição criminal”.
De fato, calcula-se que milhares de cristãos nigerianos tenham sido mortos desde 2015 em consequência dos ataques do Boko Haram, um grupo jihadista que pretende instaurar um ‘califado’ no norte do país, e pelos pastores nómadas fulani.
O apoio agora expressado pelos bispos europeus e traduzido pela carta enviada pelo Cardeal Jean-Claude, vem reforçar a denúncia do Bispo de Sokoto, D. Matthew Kukah, que em declarações à Fundação AIS disse que “a situação está a piorar e o número de mortos é enorme” nesta região da Nigéria, denunciando também “a hipocrisia e pouca vontade” reveladas até agora pela comunidade internacional para ajudar a resolver este problema.
A violência contra os cristãos é uma realidade do dia-a-dia na Nigéria, em especial no norte do país. Um relatório recente publicado pela Intersociety, a 15 de Maio, revelava que mais de 600 cristãos foram mortos na Nigéria só durante o corrente ano. O relatório documenta que muitos cristãos foram decapitados, as suas casas incendiadas e sacerdotes e seminaristas raptados.
Um dos ataques mais violentos ocorreu já a 9 de Junho, no estado de Borno. Cerca de 80 pessoas, muitos deles cristãos, foram assassinadas numa aldeia pelo Boko Haram.
Os bispos europeus pretendem auxiliar a Igreja da Nigéria contribuindo para a sensibilização dos Estados membros para a realidade dramática que se vive neste país africano de forma a intensificar a assistência e cooperação do Velho Continente com as autoridades e instituições nigerianas, incluindo as Igrejas e as comunidades religiosas, a fim de se combater esta realidade de violência e de perseguição aos cristãos.
(Departamento de Informação da Fundação AIS)