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Gabriel García Márquez inspira curta-metragem sobre a pandemia

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Anamaria Mejia / Shutterstock.com

Octavio Messias - publicado em 21/07/20

Filme A Peste da Insônia traz leituras do clássico Cem Anos de Solidão nas vozes de Ricardo Darín, Alice Braga e outros atores latino-americanos 

Um lado positivo da quarentena é que ela tem estimulado a criatividade. A prova disso são as dezenas de projetos culturais interessantes que têm surgido, mesmo limitados por todas as restrições do nosso novo estilo de vida, todas as semanas.

Seja na literatura, como a coletânea de contos e crônicas Diários da Quarentena, que em breve deve ser publicado pela editora Dublinense, com textos de diversos autores; seja na música, como o projeto The Quarantine Experiment, no qual o diretor Raul Machado cria clipes de bandas do rock nacional com imagens captadas pelos próprios artistas em suas casas, entre outras áreas da cultura.

Um projeto recente reúne atores de diversos países da América Latina, em registros caseiros, lendo trechos de Cem Anos de Solidão, a principal obra do escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez. O curta-metragem La Peste del Insomnio (“A Peste da Insônia”, em português)intercala passagens do romance interpretadas por atores latino-americanos como o argentino Ricardo Darín, a brasileira Alice Braga e o mexicano Héctor Bonilla, com imagens de cidades latino-americanas desertas. 

O filme foi realizado pela Fundación Gabo, criada pelo próprio García Márquez (1927-2014), e dirigido pelo venezuelano Leonardo Aranguibel. Publicado em junho no YouTube (disponível com legendas em espanhol e em português), já ultrapassou 350 mil visualizações.

A abertura do curta explica a natureza do projeto: “Essa é uma história de solidariedade, amor e esperança, em memória de quem perdeu a vida, a quem arriscou a própria para nos proteger e a todos que vivem em à penúria, à escassez e à incerteza”. Os letreiros iniciais ainda explicam que nenhum ator recebeu cachê pela participação. 

As semelhanças entre os trechos selecionados e a realidade em tempos de Covid-19 não é mera coincidência. O livro, marco do realismo mágico, narra a história de uma epidemia que atinge o fictício vilarejo de Macondo, que é afetado por uma epidemia que provoca cegueira e, com o tempo, causa perda total da memória, desde passagens da vida às pessoas que cada indivíduo conheceu. 

No IV Congresso Internacional da Língua Espanhola, realizado em Cartagena, na Colômbia, em 2007, Cem Anos de Solidão foi considerada a segunda obra em língua hispânica mais importante do mundo, atrás apenas de Dom Quixote de la Mancha (1605), de Miguel de Cervantes. Em 1982, quinze anos após o lançamento do livro, Gabriel García Márquez foi laureado com o prêmio Nobel de literatura.  

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