Guias turísticos foram a parte mais afetada da cadeia; tendência é a retomada do turismo comunitário Segundo o Ministério do Turismo, uma média de 17 milhões de viagens de caráter religioso eram realizadas no Brasil todos os anos. Mas a pandemia do novo coronavírus parou tudo a partir de março de 2020.
Com com basílicas e santuários fechados e eventos religiosos cancelados para evitar aglomerações e a disseminação do vírus, centenas de viagens foram canceladas.
Pela primeira vez na história, a romaria do Divino Pai Eterno, em Trindade, GO, deixou de ser realizada este ano.
O Santuário Nacional de Aparecida, um dos mais importantes destinos religiosos do Brasil, também não está recebendo romeiros e suspendeu as celebrações com a participação dos fiéis. O caminho do nicho para a visitação da imagem da padroeira na Basílica está aberto, apesar das restrições sanitárias. Mas poucos visitantes aparecem por lá.
Quem vive da indústria do turismo contabiliza os prejuízos. De acordo com o Pe. Manoel de Oliveira Filho, coordenador da Pastoral Nacional do Turismo (Pastur), o impacto pode ter sido maior sobre os guias de turismo, porque, como afirma o sacerdote, “eles não têm salário fixo e vivem do que trabalham. Nos estados da Bahia e São Paulo, os sindicatos já conseguiram apoio financeiro e cestas básicas”.
Retomada das atividades
Em algumas cidades, igrejas e santuários estão retomando gradualmente suas atividades com a presença de público, seguindo as normas sanitárias
O setor hoteleiro nos principais destinos religiosos também planeja a reabertura, respaldado por autoridades civis.
O Pe. Manoel lembra que os espaços religiosos precisam de uma readequação, respeitando todas as medidas sanitárias e de segurança. “A gente já vê, por exemplo, no Santuário Nacional de Aparecida, Santa Paulina, no Santuário de Santa Dulce, do Senhor do Bonfim, São Francisco das Chagas, Basílica de Nazaré, Divino Pai Eterno, protocolos sendo cumpridos para que as atividades possam ser retomadas com segurança e o povo possa voltar para rezar nesses lugares sagrados”, diz.
O futuro do setor
Para o presidente da Pastur, a tendência da indústria do turismo religioso no Brasil para o período pós-pandemia será resgatar o turismo comunitário, aquele de base rodoviária, com viagens em família ou em pequenos grupos para conhecer áreas rurais e tradições religiosas locais. “Teremos experiências turísticas bonitas, de vivência profunda, para oferecer para a sociedade. E que, por outro lado, serão geradores de renda e de condições de vida digna para comunidades tradicionais, periféricas, populares, como indígenas, como quilombolas, em toda essa área. Então, existe esse caminho de esperança que nós já estamos potencializando”, disse o Pe. Manoel ao Vatican News
Com informações de CNBB e Vatican News
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