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OMS conclui primeira conferência sobre epidemia de fake news

NEW YORK

Shutterstock | Kits-Pix

Octavio Messias - publicado em 24/07/20

Infodemia, como é chamada a superpropagação de informação, se alastra na velocidade de um vírus e custa vidas

A pandemia do novo coronavírus chegou em um momento muito particular e perigoso da história, pois ele coincide com o hiper-fluxo de informações, uma realidade que já vivíamos antes do surgimento da Covid-19.

Como informação precisa e de qualidade é essencial no combate ao vírus, a disseminação de notícias falsas atrapalha e muito na conscientização da população e na divulgação dos cuidados necessários. 

A situação está tão grave que pela primeira vez na história a Organização Mundial de Saúde (OMS) realizou, ao longo de três semanas, uma conferência científica com 110 especialistas de 14 áreas diferentes para debater os efeitos da infodemia, como é chamada a disseminação sem critério de informações, que foi concluída nesta terça-feira (21).

Os especialistas demonstraram preocupação especial com notícias falsas que estão custando vidas. Tanto que ainda no início da pandemia a organização criou uma página na internet com o intuito de desmentir informações falsas. 

Nos Estados Unidos, por exemplo, após o presidente Donald Trump ter falado da boca para fora que a ingestão de desinfetante ajudaria a eliminar o vírus, a cidade de Nova York registrou 30 chamados hospitalares de indivíduos que beberam produtos equivalentes à Cândida e quase morreram. No Irã, mais de 700 pessoas perderam a vida após consumirem metanol na esperança de matar o vírus. 

O mesmo vale para o consumo de medicamentos como hidroxicloroquina e azitromicina, que não têm eficácia comprovada por nenhum órgão de saúde respeitável e podem trazer efeitos colaterais. Na França, após diversos óbitos por problemas cardíacos associados ao uso de hidroxicloroquina, a indicação ao uso do medicamento foi suspensa.

No Reino Unido, após circular a teoria da conspiração de que a pandemia estaria relacionada à tecnologia 5G, quase 100 torres de sinal do país foram incendiadas e funcionários de operadoras foram atacados, aumentando o tumulto e desviando, assim, foco e recursos do combate à pandemia. 

A OMS alegou que em um mundo com mais e mais celulares conectados à internet, mensagens falsas se alastram pelas redes sociais e por aplicativos de mensagens na velocidade de um vírus. Para os participantes do seminário, a solução exige uma abordagem multidisciplinar por parte da comunidade científica de diversos aspectos da disseminação de informações falsas.

E da conscientização de cada um, que, como a própria OMS apontou, tem sua parcela de responsabilidade e deve fazer sua parte: não compartilhando informações antes de confirmá-las.

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