A palavra “gentileza” é frequentemente usada no mundo secular, mas o que ela significa na vida espiritual?
O padre Francis Xavier Lasance, no livro My Prayer Book, ajuda a esclarecer o papel da gentileza no cristianismo, comentando escritos do teólogo William Faber.
Ele começa escrevendo: “os piores tipos de infelicidade, assim como sua maior quantidade, vêm da nossa conduta perante o outro. Se nossa conduta estivesse sob o controle da gentileza, seria quase o oposto do que é e, portanto, o estado do mundo seria praticamente invertido.”
Em seguida ele continua definindo a bondade e explicando como ela se encaixa na cosmovisão cristã.
A bondade é o transbordamento do eu sobre os outros. Colocamos os outros no lugar do eu. Nós os tratamos como gostaríamos de ser tratados. Trocamos de lugar com eles. Assim, o eu é o outro, e os outros são o eu. Nosso amor-próprio toma forma de altruísmo.
Nesse sentido, a gentileza não é meramente um ato externo, mas principalmente interno, onde colocamos os outros acima de nós mesmos.
William Faber chega ao ponto de dizer que a gentileza no ato pensar conduz a alma para mais perto da santidade.
“Se [alguém] habitualmente tem pensamentos gentis com os outros, por motivos sobrenaturais, ele não está longe de ser um santo… Há uma classe de pensamentos gentis que devem ser levados em consideração. Eu aludo a interpretações gentis. O hábito de não julgar os outros é algo que é muito difícil de adquirir e que geralmente não é adquirido até tarde na vida espiritual.”
Esse tipo de gentileza revela um estado de vida espiritual muito mais profundo.
A verdadeira gentileza cristã revela um amor pelo próximo que vai além de qualquer motivo egoísta. É uma forma de caridade que imita o amor que Cristo tem por todos nós, mostrando compaixão por todas as pessoas.
Afinal, como diz o padre Lasance: “as palavras gentis são a música do mundo”.
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