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Meu marido é viciado em pornografia, o que devo fazer?

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Orfa Astorga - publicado em 06/08/20
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A pornografia despreza o valor humano da sexualidade ordenada ao casamento, perverte os relacionamentos entre as pessoas, explora indivíduos, especialmente mulheres e crianças

Testemunho da mulher:

No início, eu não percebi que o comportamento do meu marido era era como um câncer que o invadiu, que o deixou física e espiritualmente doente a tal ponto de mudar toda a sua personalidade.

Quando pedi conselhos a um parente, disseram-me que eu estava exagerando, que era coisa de um homem adulto de trinta e oito anos e que nada estava errado. Na realidade, era algo totalmente destrutivo.

Seu mundo angustiante foi revelado para mim.

Ele negligenciou e não encerrou suas sessões na internet, o que me levou a entrar naquele mundo sombrio de aberrações tentando entender o que estava acontecendo.

Então eu descobri que ele não só consumia pornografia gratuita, mas havia diferentes modalidades, cobradas no cartão de crédito, isso apesar da família estar passando por dificuldades financeiras.

Seu problema começou a se tornar muito evidente em coisas que eu tenho vergonha de descrever. Coisas que me convenceram de que havia uma grande anormalidade no comportamento dele.

Eu o amo e quero ajudá-lo. Sugeri que ele aceitasse a ajuda de um profissional, mas, negando tudo, ele me disse para eu não me preocupar, que tudo mudaria para melhor. Eu gostaria de acreditar.

Mas não era esse o caso, pois se tratava de um problema que ele não conseguia escapar por conta própria e continuava no abismo. Metástases de sua doença maligna começaram a aparecer.

No início, ele continuava até altas horas da madrugada, trancado em um quarto da casa, em frente ao computador.

Chegou um momento em que, mesmo exaurido, ele ia para a cama, mas não adormecia, e então levantava para a mesma coisa, enquanto eu permanecia em vigília angustiada.

Ele passou a acordar cansado, parou de se exercitar e de conviver com a família, deixou de nos acompanhar nas caminhadas e foi mergulhando num profundo isolamento que refletia indiferença a tudo e a todos.

O câncer continuou a se espalhar, então abrangendo o horário de trabalho na empresa em que ele trabalhava. Ele começou a apresentar sérios problemas de desempenho devido à falta de concentração em suas atividades profissionais. Até que foi demitido, ficando deprimido e zangado.

Depois ele passou a pular de trabalho em trabalho, sempre procurando aquele que lhe permitisse viajar para ficar em hotéis ou fazer de casa.

Atualmente, ele está subempregado, não pode mais sustentar a família.

Meu marido é um homem triste e sem esperança. Sua autoestima, sua alegria, sua espontaneidade, sua confiança para tomar decisões e se relacionar: tantas qualidades de caráter que ele tinha foram arruinadas.

Meu casamento está despedaçado.

Palavra da terapeuta:

Aqueles que estrelam, produzem ou consomem pornografia estão violando o direito do corpo humano à privacidade em sua natureza masculina ou feminina, reduzindo-o a um objeto anônimo destinado à perversão.

O que está em jogo é a oferta para obter uma gratificação sensual que excita os instintos humanos fundamentais, o que leva a cometer atos contrários à natureza e à dignidade da pessoa.

Uma das consequências é uma séria perda da autoestima por assumir atitudes patológicas, que, não sendo reconhecidas, induz os envolvidos a se justificarem com “razões irracionais”.

Para o viciado em pornografia, ela é uma droga que requer cada vez mais doses, o que interfere diretamente no seu desenvolvimento psicológico e moral, fazendo com que perca o senso de bondade ou maldade de suas ações.

Ele está seriamente impedido de desenvolver laços profundos de verdadeira entrega e compromisso no autêntico amor humano, pois é um ser desintegrado.

A pornografia despreza o valor humano da sexualidade ordenada ao casamento, perverte os relacionamentos entre as pessoas, explora indivíduos, especialmente mulheres e crianças.

É um câncer que danifica a fibra da sociedade, enfraquecendo gradualmente as consciências que a aceitam.

A grande proliferação desse câncer se deve a um tipo de negócio em que os fins justificam os meios; trata-se de meios pervertidos que usam as pessoas, independentemente do dano que causam a elas.

Aqui está o negócio das máfias desse mal: obter despersonalização e produzir uma massa de consumo que toma decisões de baixa qualidade. Uma massa escravizada por poderes econômicos cujo egoísmo material é incapaz de medir a extensão do dano.

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