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Papa: 10 pontos para curar uma doença mais perigosa que a Covid-19

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Antoine Mekary | ALETEIA

Jesús Colina - publicado em 13/08/20

Francisco nos lembra que indiferença diante do sofrimento alheio - fruto do egoísmo - pode destruir a sociedade

A indiferença diante do sofrimento dos outros – um efeito colateral do individualismo – se tornou um vírus tão perigoso para a sociedade quanto a Covid-19. Essa foi a principal reflexão do Papa Francisco em sua audiência geral do dia 12 de agosto de 2020.

A catequese se concentrou na dignidade humana. Francisco disse que uma “consciência renovada da dignidade de cada ser humano tem graves implicações sociais, econômicas e políticas”.

Aqui está um resumo dos 10 pontos principais da audiência do Papa:

1- A pandemia deixou claro que somos todos vulneráveis ​​e todos interligados. Se não cuidarmos uns dos outros, começando pelos mais necessitados, já que são os mais afetados, não poderemos curar o mundo. A esse respeito, precisamos lembrar que a própria criação deve ser cuidada;

2- É louvável o amor humano e cristão que tantas pessoas demonstraram nestes meses. Muitos se comprometeram a doar-se aos enfermos, inclusive colocando em risco a própria saúde. Eles são heróis;

3- Mas a Covid-19 não é a única doença que devemos combater. A pandemia trouxe à tona patologias sociais mais amplas. Uma delas é uma compreensão distorcida da pessoa, uma visão que não leva em conta sua dignidade e sua essência como ser em relação aos outros. Às vezes, vemos os outros como meros objetos – coisas para usar e jogar fora;

4- À luz da fé, porém, sabemos que Deus não vê o homem e a mulher assim. Ele não nos criou como objetos, mas como pessoas que são amadas e capazes de amar. Ele nos criou à sua imagem e semelhança. Ele nos deu uma dignidade única, convidando-nos a viver em comunhão com Ele, em comunhão com nossos irmãos e irmãs, respeitando toda a criação;

5- Devemos pedir ao Senhor que nos dê olhos atentos aos nossos irmãos e irmãs, especialmente aos que sofrem. Como discípulos de Jesus, não queremos ser indiferentes e individualistas. Essas duas atitudes malignas estão em conflito com a harmonia;

6- Queremos reconhecer a dignidade humana de cada pessoa, independentemente da raça, língua ou condição social. A harmonia criada por Deus, com o homem no centro, leva-nos a reconhecer a dignidade humana;

7- A pessoa humana é um ser social, criado à imagem do Deus Único e Triúno. Somos seres sociais, precisamos viver nessa harmonia social. Mas quando reina o egoísmo, nosso olhar se afasta dos outros, da comunidade, e se volta para nós mesmos. Isso nos torna egoístas, maus, feios – destruidores da harmonia;

8- O crente, ao ver o próximo como irmão e não como estrangeiro, olha para ele com compaixão e empatia, não com desdém ou inimizade. E olhando o mundo com a luz da fé, o crente trabalha com a ajuda da graça para desenvolver sua criatividade e seu entusiasmo para resolver os problemas do mundo;

9- Enquanto trabalhamos para a cura deste vírus que nos ataca a todos indiscriminadamente, a fé nos exorta a comprometer-nos séria e ativamente contra a indiferença pelas violações da dignidade humana;

10- Uma cultura de indiferença vem acompanhada de uma cultura de descarte: coisas que não me afetam não me interessam. A fé exige que nos deixemos ser curados e nos convertamos de nosso individualismo – tanto o pessoal quanto o coletivo, por exemplo, o individualismo dos partidos políticos.


POPE PALM SUNDAY VIRUS

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