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7 virtudes heroicas que nos levam à santidade cristã

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Pe. José Eduardo - publicado em 14/08/20

O pe. José Eduardo resume: "A santidade consiste em receber de Jesus Cristo a vida divina". Mas como vivê-la no dia-a-dia?

Em sua rede social, o pe. José Eduardo Oliveira divulgou o seguinte texto a propósito de um conceito que muita gente mal-interpreta, achando-o talvez excessivamente elevado e inatingível: a santidade cristã.

O QUE É A SANTIDADE?

A santidade consiste em receber de Jesus Cristo a vida divina, conservando-a e aumentando-a incessantemente até a consumação desta mesma vida na eternidade. Ora, a manifestação de que esta união divina se deu na vida de um homem pode ser verificada pelos seus frutos, segundo a palavra de Cristo: “por seus frutos os conhecereis”, e estes frutos são aquilo que a Igreja chama, na linguagem dos teólogos, de “virtudes heroicas”, ou seja, as virtudes infusas, teologais e cardeais, vividas num nível impossível de ser alcançado apenas pelas forças humanas. Ademais, tais virtudes são especialmente ornadas pelos verdadeiros dons místicos, que, muito além do lirismo ou da poesia, são verdadeiras manifestações de uma vida sobrenatural em que predomina o protagonismo da ação viva da graça, para muito além da nossa iniciativa pessoal. Vejamos brevemente o que poderiam ser manifestações de virtudes heroicas:

1. Fé heroica

Para além de conservar sempre a ortodoxia da fé, sem jamais resvalar em heresias ou ideologias, os santos possuem uma visão altíssima de Deus, em que conservam a sua adesão a Ele em meio a provações interiores duríssimas, experimentando uma presença vivíssima de Deus em meio a inúmeras securas e tribulações.

2. Esperança heroica

Totalmente vazios de presunção ou do apego a qualquer criatura, os santos avançam com total decisão rumo aos bens eternos, deixando para trás todo utopismo humano, toda ilusão de um paraíso terrestre, e contentando-se apenas com Deus, como seu único bem necessário.

3. Caridade heroica

Inflamados por um arrebatador amor a Deus sobre todas as coisas, os santos vivem para Ele e são completamente fascinados pela sua glória, sem horizontalismos antropocêntricos. Ademais, o seu amor aos homens é sobrenatural, o que quer dizer que, mais do que preocupar-se com o bem-estar dos outros, os santos querem a sua salvação e não a querem de modo seletivo, amam igualmente ricos e pobres, sábios e ignorantes, servindo todas as almas com total esquecimento próprio.

4. Prudência heroica

Tendo como única finalidade a glória de Deus, os santos empreendem todas as suas escolhas completamente esquecidos de partidarismos de glória humana, querem que Cristo seja conhecido e servido por todos e sabem dar a sua vida e a sua honra para salvar nem que seja uma única alma, prevenindo-as sobretudo contra o verdadeiro mal, que é o pecado, o qual conduz à danação eterna.

5. Justiça heroica

Os santos são extremamente cuidadosos em respeitar as autoridades eclesiásticas e civis, o direito de propriedade dos outros, a honra e o bom nome ao qual todos têm direito, a devida distância quanto às questões políticas opináveis e a integridade completa em relação a todos os seus deveres de estado, mesmo quando tudo isso supõe sofrimentos terríveis.

6. Fortaleza heroica

Absorvidos pelo desejo de amar a Deus cada dia mais, os santos toleram com alegria todas as cruzes, abraçam generosamente as maiores penitências, são pacientes e perseveram em seus bons propósitos de santidade sem desvios nem claudicações, fazem coisas grandes pela glória de Deus, sem mesquinharias nem cálculos. O apostolado contínuo e metódico dos santos deixa atrás de si milhões de vidas novas geradas pelo batismo e dezenas de vocações sacerdotais e religiosas.

7. Temperança heroica

Fixados nos bens sobrenaturais, os santos aprendem a privar-se gozosamente de todo prazer terreno, praticam e promovem uma castidade verdadeiramente angélica, especialmente entre sacerdotes e religiosos, são mansos e humildes, moderando sempre o gosto pela própria excelência e toda e qualquer manifestação de ira. Comedidos e abstinentes, jamais os santos ostentam qualquer tipo de vício ou de aprovação por coisas reprováveis, mesmo que isto lhes suponha enfrentar um perigo de vida. Além disso, íntimos de Deus, os santos são favorecidos com especiais luzes místicas, dons proféticos, muitas vezes com dons miraculosos, levando à conversão aqueles que estão no erro da heresia ou do paganismo. Esta sempre foi, em linhas gerais, a ideia alta que a Igreja tem da santidade. Afinal de contas, não se trata apenas de eminentes expressões de uma presumível excelência humana, mas da vida mesma que Deus Pai comunica eternamente a Deus Filho e este comunica à Humanidade Santíssima de Cristo, através da qual comunica-a a nós.
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