Modelos de relações mecânicas e performáticas impede com que se estabeleçam conexões verdadeirasA cultura dos filmes pornográficos – que se tornou muito mais popular com a internet – presta um enorme desserviço à educação sexual de milhões de jovens em todo o mundo. A indústria pornô está criando uma geração de ansiosos e sexualmente frustrados.
Psicólogos e urologistas demonstram preocupação por meninos – tão jovens quanto 12 anos – estarem fazendo uso recreativo de medicamentos como Viagra (originalmente destinado a idosos).
No Reino Unido, grande parte da publicidade do comprimido é destinada ao público jovem.
Especialistas alertam para o risco de dependência psicológica, que vem se tornando cada vez mais comum entre adolescentes e adultos, e quanto aos efeitos colaterais do medicamento, com risco ao coração.
A explicação para esse fenômeno é que, impressionados com o modelo de virilidade sustentado pela cultura pornô, os jovens tentam reproduzir tais performances – mal sabem eles que astros pornô já tomavam substâncias para turbinar a ereção, muitas delas mais perigosas à saúde, décadas antes do lançamento do Viagra, em 1998.
Além de estabelecer um padrão não natural de homem que coloca a saúde física e psicológica em risco, a cultura pornô ensina como fazer sexo da maneira errada.
Sexólogas cada vez mais apontam como o prazer da mulher está relacionado a carícias e a sutilezas, e os homens chegam na cama achando que vão agradar reproduzindo uma série de movimentos mecânicos.
Mais do que isso, a indústria pornô está criando uma legião de maus-amantes.
Sexo de qualidade está muito mais relacionado a intimidade conjugal, carinho, cumplicidade, conexão.
A repetição de movimentos descompassados em série consiste, no máximo, em uma masturbação a dois. Não é como se atinge o vínculo simbiótico gerado pela união carnal.
Por isso recomenda-se que os pais conversem sobre sexo abertamente com os filhos sobre todo tipo de questão, inclusive as de natureza sexual, e os orientem. Disso surgirão adultos mais felizes e saudáveis, capazes de estabelecer vínculos profundos.
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